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Petrobras despenca 10% e leva Bovespa a fechar em baixa

O Ibovespa fechou em queda de 1,85%, a 47.694 pontos. O giro financeiro do pregão foi de R$ 5,9 bilhões

28 jan 2015 - 18h25
(atualizado em 29/1/2015 às 09h13)
<p>Analistas ressaltaram que a divulgação do balanço atendeu apenas obrigações com credores </p>
Analistas ressaltaram que a divulgação do balanço atendeu apenas obrigações com credores
Foto: Paulo Whitaker / Reuters

A frustração do mercado com o balanço trimestral da Petrobras, divulgado sem a esperada baixa contábil que daria a investidores uma orientação sobre o valor justo dos ativos da petroleira, derrubou as ações da estatal em mais de 10% e carregou para baixo o principal índice da bolsa paulista nesta quarta-feira (28).

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A estatal, cujas ações combinadas tiveram peso de 8,3% na composição do índice desta sessão, exerceu a maior influência de baixa sobre o Ibovespa, após a divulgação nesta madrugada dos números não auditados do terceiro trimestre.

O Ibovespa fechou em queda de 1,85%, a 47.694 pontos. O giro financeiro do pregão foi de R$ 5,9 bilhões. Os papéis preferenciais da Petrobras perderam 11,21%, e os ordinários caíram 10,48%, tirando mais de 400 pontos do índice brasileiro.

Em relatórios, analistas ressaltaram que a divulgação do balanço atendeu apenas obrigações com credores e não deu uma dimensão das perdas decorrentes de sobrepreço nos contratos que, conforme investigação do Ministério Público Federal, beneficiou ex-funcionários, executivos de fornecedoras e políticos em esquema de corrupção.

"Isso é bastante frustrante, dado que todos esperavam por estes números para ter um algum dimensionamento das perdas e do valor dos ativos da empresa", escreveram analistas da Planner em relatório.

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Embora não tenha efetivamente reduzido o valor de seus ativos, a Petrobras apresentou um cálculo indicando potenciais baixas contábeis de mais de R$ 60 bilhões. Anda assim, a preocupação de investidores sobre a saúde financeira da estatal deve continuar, já que se desconhece o nível exato do ajuste a ser feito nos ativos imobilizados.

Ajuste fiscal do Levy

Além da situação delicada da Petrobras, também repercutiu nos mercados brasileiros a percepção de que o ajuste fiscal comandado pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, terá que passar por rodadas de negociação antes de ser colocado em prática.

"Não será fácil, e os mercados vão precificando isso, após semanas de maior euforia e otimismo... Começamos a ouvir críticas às mudanças, à medida que os ajustes são anunciados", disse a corretora Guide Investimentos.

Os papeis da Petrobras, dirigida por Maria das Graças Foster, perderam 11,21% entre os preferenciais, e os ordinários caíram 10,48%
Foto: Ueslei Marcelino / Reuters

Na terça-feira, o presidente-executivo do Credit Suisse no Brasil, José Olympio Pereira, disse que o governo federal dará um sinal negativo para o mercado se voltar atrás nas medidas de ajuste do seguro-desemprego anunciadas recentemente. 

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Outras ações

Ações de bancos como Banco do Brasil, Bradesco e Itaú Unibanco seguiram a Petrobras entre as maiores pressões negativas do Ibovespa do dia, além da companhia de educação Kroton.

A construtora e incorporadora PDG Realty perdeu 5%, com o mercado ainda pessimista sobre as perspectivas para seus resultados. No campo positivo, o destaque foram as ações da fabricante de cigarros Souza Cruz.

O mercado também ficou na defensiva antes da decisão do Federal Reserve, banco central americano, à espera de sinais sobre quando os juros começarão a subir na maior economia do mundo.

Logo após o fechamento dos mercados brasileiros, o Fed repetiu que continuará "paciente" para elevar os juros e disse que a economia dos EUA está nos trilhos, apesar das turbulências em outros mercados ao redor do mundo.

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