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Petrobras deve concluir investigação sobre Pasadena em junho

Compra de refinaria no Texas motivou instalação de CPI

12 mai 2014 - 15h53

A comissão interna da Petrobras que investiga negócios relacionados à polêmica aquisição da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, deve concluir suas apurações em junho.

"Nós estamos caminhando para o final do processo que tem como objetivo analisar fatos e dados da aquisição da refinaria, para identificar impactos e responsabilidades que podem ter trazido prejuízo para a companhia", disse a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, em entrevista a jornalistas nesta segunda-feira. A compra da refinaria localizada no Texas, envolvida numa controvérsia sobre os valores desembolsados pela Petrobras, motivou pedido da instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), já aprovada.

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"É um compromisso da diretoria e do empregado com ética, transparência na condução das atividades", adicionou ela durante comentários sobre os resultados do primeiro trimestre divulgados na sexta-feira. O movimento de investigação dos negócios relacionados a Pasadena se intensificou após Dilma Rousseff, presidente do Conselho da estatal na época do negócio, ter dito em março que o aval para a compra da refinaria foi dado com base num documento "técnica e juridicamente falho".

Segundo a nota da Presidência da República, o resumo executivo preparado pela diretoria da Área Internacional na época "omitia" informações como a cláusula "put option", que levou a Petrobras a pagar valores muito maiores pela refinaria do que os US$ 360 milhões desembolsados inicialmente por 50% da unidade. Ao final, a estatal pagou US$ 1,25 bilhão por Pasadena e ainda teve de fazer investimentos de US$ 685 milhões em melhorias operacionais, manutenção, paradas programadas até 2013.

Outras investigações

Outras duas comissões internas têm demandado esforços adicionais por parte do corpo técnico da estatal, com investigações sobre a compra e contratação de bens e serviços para a Refinaria do Nordeste (Rnest) e para o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).

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Mas, segundo a executiva, os trabalhos não atrapalham os resultados operacionais da companhia. De acordo com ela, o desempenho do primeiro trimestre é uma prova disso. "Essas comissões de apuração interna tomam bastante tempo das pessoas e gerentes experientes, num alto nível de responsabilidade. É uma tarefa adicional e é importante que tudo seja apurado", declarou a presidente da estatal.

"Estamos trabalhando para virar essa página no mais curto prazo de tempo. Não vejo que as comissões tragam prejuízo à companhia", afirmou. No primeiro trimestre do ano, o lucro da estatal ficou em R$ 5,4 bilhões, 30% abaixo do resultado do primeiro trimestre de 2013.

Recentemente, os trabalhos de uma comissão interna da Petrobras sobre suposto pagamento de propina a funcionários da estatal pela holandesa SBM Offshore não confirmaram denúncias. Órgãos federais como o Tribunal de Contas da União e a Polícia Federal têm investigado denúncias relacionadas à estatal.

Na semana passada, a Justiça Federal do Paraná determinou a quebra do sigilo bancário de transferências da Petrobras para algumas empresas envolvidas na construção da Refinaria do Nordeste, no âmbito da operação Lava-Jato da Polícia Federal, que investiga lavagem de dinheiro. A Justiça ainda decidiu pela quebra de sigilo bancário do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e de alguns familiares. Além de Pasadena, Comperj e Rnest, a estatal investiga ainda negócios com outras duas empresas, a Ecoglobal e a Astromarítima.

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