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Petrobras fecha na mínima em 9 anos e Ibovespa cai 3,3%

O Ibovespa terminou em baixa de 3,3%, a 50.274 pontos, menor patamar desde primeiro de abril de 2014

8 dez 2014 - 19h10
(atualizado em 9/12/2014 às 08h57)

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) iniciou a semana em forte queda, com o seu principal índice, o Ibovespa, fechando no menor patamar desde abril e as ações da Petrobras com a menor cotação em mais de nove anos, em meio a um ambiente externo desfavorável, após dados mostrarem queda inesperada nas importações da China.

O Ibovespa terminou em baixa de 3,3%, a 50.274 pontos, menor patamar desde primeiro de abril de 2014. Na mínima, chegou a 50.015 pontos.

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Em mais um dia de forte queda do petróleo no mercado internacional, as ações preferenciais da Petrobras despencaram 6,20%, a R$ 11,50, menor valor desde 20 de outubro de 2005, enquanto os papéis ordinários caíram 6,38%, para R$ 10,72, menor valor desde 13 de maio de 2005.

Os preços dos bônus da petroleira também caíram significativamente nesta segunda-feira, sendo cotados a 98,373% do valor de face, após atingirem o pico de 111,5% em setembro.

O petróleo tipo Brent caiu mais de 4% e fechou a US$ 66,19 por barril, enquanto nos Estados Unidos o contrato futuro fechou a US$ 63,05. 

Cautela entre investidores

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Investidores aguardam para a sexta-feira o balanço não auditado da Petrobras referente ao terceiro trimestre. A divulgação do resultado foi adiada em razão das denúncias de corrupção envolvendo a companhia.

<p>As notícias vindas da China desagradaram, com números mostrando uma queda inesperada nas importações em novembro</p>
As notícias vindas da China desagradaram, com números mostrando uma queda inesperada nas importações em novembro
Foto: Aly Song / Reuters

O giro financeiro do pregão somou apenas R$ 5 bilhões, abaixo da média do ano, de R$ 7,2 bilhões.

A equipe da mesa de negociação do BTG Pactual disse, em e-mail a clientes, que o baixo volume de negócios na Bovespa nos últimos dias tem chamado a sua atenção, o que, combinado com as primeiras confirmações de saídas de estrangeiros, tem pressionado o desempenho do índice.

O BTG recomendou atenção ao giro nos próximos dias, em um mês que normalmente o volume costuma ser baixo, bem como aos contratos futuros. "Esse final de ano promete...", disse a equipe do banco.

China reduz importação

As notícias vindas da China desagradaram, com números mostrando uma queda inesperada nas importações em novembro, o que tende a afetar papéis de exportadoras de commodities na Bovespa, como Vale, que caiu 3,42%.

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Bradesco e Itaú ainda acumulam em 2014 ganhos superiores a 20%, mesmo com as quedas de 5% e 3,7% nesta sessão, respectivamente
Foto: Sergio Moraes / Reuters

O quadro menos amistoso para commodities respingou também em papéis de companhias ligadas ao setor, como transportadoras, entre elas as companhias de logísticas ALL América Latina e Cosan Log.

"A China é o principal destino das exportações de commodities e isso deixou países exportadores de matérias-primas como o Brasil em uma situação complicada", disse o analista de renda variável Fabio Lemos, da São Paulo Investments.

"Houve um aumento da aversão a risco e com isso outros papéis da bolsa acabam sofrendo também, como é o caso das ações da bancos, que tinham certa gordura para queimar", disse, citando também dados negativos de inadimplência pesando no setor.

Bradesco e Itaú ainda acumulam em 2014 ganhos superiores a 20%, mesmo com as quedas de 5% e 3,7% nesta sessão, respectivamente.

Em outro email, o BTG Pactual disse que os dados chineses eram negativos para o setor de aço, e chamou a atenção para a queda nas importações de minério de ferro, atribuída a uma produção de aço mais fraca no mês. As ações das siderúrgicas Gerdau e CSN caíram 4,4% e 5,2%, respectivamente.

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Bruxa solta no pregão

A Usiminas segue como um capítulo à parte, conforme persiste a briga entre a Nippon Steel e a Ternium pelo controle da siderúrgica. Na sexta-feira, a ação ordinária da Usiminas, que não faz parte do índice e tende a ter menor liquidez, subiu quase 17%. Nesta sessão, fechou em alta de 4,3%. A preferencial, listada no Ibovespa, perdeu 3,9%.

Embraer chegou a trabalhar no azul, mas fechou em queda de 1,9% após a notícia de que um jato executivo fabricado pela empresa caiu nesta segunda-feira sobre um bairro perto do aeroporto de Maryland, nos Estados Unidos, matando pelo menos três pessoas que estavam a bordo da aeronave.

Eletrobras foi uma das poucas a fechar no azul. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu acolheu parcialmente pedido de reconsideração da estatal no sentido de reconhecer que os valores correspondentes às inadimplências de pagamentos das distribuidoras à companhia devem ser considerados no saldo da Conta de Comercialização de Energia Elétrica de Itaipu.

Na visão do gerente de renda variável da Fator Corretora, Frederico Ferreira Lukaisus, a bolsa segue minada pelo cenário de economia doméstica mais fraca e perspectiva de resultados mais fracos das empresas, além de commodities em queda no exterior, entre outros fatores. "Nada de novo", disse.

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