A Petrobras anunciou o bloqueio cautelar de empresas de grupos econômicos citados como participantes de cartel em depoimentos à 13ª Vara Federal do Paraná e que tiveram executivos e ex-executivos presos em novembro, em mais uma fase da Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Em razão do bloqueio, as empresas ficarão temporariamente impedidas de serem contratadas e de participarem de licitações da estatal.
A Petrobras também aprovou a criação de comissões para Análise de Aplicação de Sanção Administrativa. Segundo nota da estatal, a adoção de medidas cautelares tem o objetivo de “resguardar a empresa e suas parceiras de danos de difícil reparação financeira e prejuízos à sua imagem”. De acordo com a Petrobras, as empresas serão notificadas do bloqueio e será respeitado o direito ao contraditório e à ampla defesa.
A medida abrange os grupos Alusa, Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Carioca Engenharia, Construcap, Egesa, Engevix, Fidens, Galvão Engenharia, GDK, IESA, Jaraguá Equipamentos, Mendes Júnior, MPE, OAS, Odebrecht, Promon, Queiroz Galvão, Setal, Skanska, Techint, Tomé Engenharia e UTC.
Segundo a Petrobras, foram levados em conta depoimentos do ex-diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, do doleiro Alberto Yousseff, de Julio Gerin de Almeida Camargo, do grupo Toyo e de Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, do grupo Setal.
A estatal declarou que “reitera seu compromisso pela ética e transparência nos seus negócios e a necessidade de adoção de medidas consolidadas no Manual do Programa Petrobras de Prevenção da Corrupção”. As decisões foram tomadas após reunião da Diretoria Executiva da Petrobras na segunda-feira.
Posicionamento
Após a publicação desta reportagem, a Andrade Gutierrez enviou o seguinte esclarecimento à redação:
"A Andrade Gutierrez entende que, se confirmada a informação divulgada pela imprensa, a Petrobras oferecerá condições para que as empresas apresentem suas defesas no âmbito administrativo. Dessa forma, a empresa afirma que o fará, já que todos os contratos da Andrade Gutierrez com a Petrobras foram realizados dentro dos processos legais de contratação. A Andrade Gutierrez nega veementemente qualquer acusação de cartel e informa ainda, como vem fazendo desde o início das investigações, que não tem ou teve qualquer relação com os fatos hoje investigados pela Operação Lava Jato."