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Petrobras (PETR4): subir ou não subir os preços?

22 jan 2025 - 10h49
Reajuste de preços da Petrobras
Reajuste de preços da Petrobras
Foto: Suno

Em novo relatório sobre a Petrobras (PETR4), o BTG Pactual avalia os desafios que a companhia enfrenta em meio à alta dos preços do petróleo, e reitera recomendação de compra para as ações.

Os analistas explicam que a companhia adota uma estratégia de faixa de preços, oscilando entre o custo de oportunidade (preço de paridade de exportação, EPP) e o custo alternativo do cliente (preço de paridade de importação, IPP).

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No momento, os descontos em relação ao IPP são de 18% para o diesel e 11% para a gasolina, gerando especulações sobre um possível ajuste de preços da Petrobras.

O BTG argumenta que, embora a estratégia permita maior flexibilidade para mitigar volatilidades externas, ela representa um risco qualitativo.

A manutenção de preços abaixo do IPP é considerada subótima do ponto de vista econômico, já que impede a maximização dos retornos no segmento de refino.

Ainda assim, como exportadora líquida de petróleo e derivados, a Petrobras consegue compensar parte dessa perda com o aumento de receitas em períodos de alta nos preços do petróleo.

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Segundo o relatório, a Petrobras pode expandir seu EBITDA em cerca de US$ 1,1 bilhão para cada aumento de US$ 10 no barril de petróleo, mesmo sem ajustes nos preços de combustíveis.

Esse incremento potencial reflete em um aumento de US$ 500 milhões na capacidade de distribuição de dividendos da Petrobras e em um acréscimo de 0,6 ponto percentual no yield.

Caso os preços de combustíveis sejam reajustados, o impacto positivo no dividendo poderia chegar a 2 pontos percentuais, diz o relatório.

A expectativa do BTG é de que a produção de petróleo da Petrobras cresça nos próximos anos, aumentando os volumes de exportação de 500 mil barris/dia na última década para 930 mil barris/dia até 2030. Essa expansão deve contribuir para melhorar a rentabilidade sobre o capital investido (ROIC) da companhia.

A casa avalia que o risco de desabastecimento, especialmente de diesel, pode ser um catalisador para aumentos de preços em breve. O Brasil depende significativamente de importações de combustíveis, e o giro dos estoques domésticos é baixo, em torno de 7 a 10 dias. Historicamente, a Petrobras tem reajustado preços quando os descontos em relação ao IPP se aproximam de 20%, patamar que está próximo de ser alcançado.

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Recomendação e projeções para o ano

A manutenção da governança corporativa da Petrobras é apontada como essencial para sustentar o desempenho da companhia.

O relatório ressalta que os mecanismos de governança e a Lei das Estatais têm impedido interferências governamentais significativas nas decisões da empresa, protegendo seus resultados financeiros.

Para 2025, o BTG projeta um dividend yield de 12%, podendo chegar a 14% com dividendos extraordinários, além de crescimento na produção e um mix mais lucrativo que deve impulsionar os retornos da Petrobras.

A casa tem recomendação de compra para as ações da Petrobras (PETR4), com preço-alvo de US$ 20 para as ADRs negociadas em Nova York.

Neste ano, a Petrobras acumula uma alta de cerca de 3%. Em uma janela de 52 semanas, o avanço é de aproximadamente 20%.

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