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Petrobras: Prates defende nos EUA explorar Foz do Amazonas e quer diálogo 'sério' com ambientalistas

Presidente da estatal diz que tachar ambientalistas de radicais é argumento 'estúpido'; segundo ele, receitas do petróleo seriam distribuídas para Estados amazônicos a fim de proteger a floresta

6 mai 2024 - 21h30
(atualizado em 7/5/2024 às 09h05)
Prates afirmou ainda que já foi 'várias' vezes ao Ministério do Meio Ambiente (MMA) e que sua relação com Marina Silva é forte e amigável, mas acima de tudo respeitosa
Prates afirmou ainda que já foi 'várias' vezes ao Ministério do Meio Ambiente (MMA) e que sua relação com Marina Silva é forte e amigável, mas acima de tudo respeitosa
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil / Estadão

HOUSTON - O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, fez longa defesa da exploração de petróleo na Margem Equatorial durante palestra no primeiro dia da Conferência de Tecnologia Offshore (OTC), maior evento da indústria de óleo e gás no mundo, que acontece essa semana em Houston, nos Estados Unidos.

Ele reiterou o interesse da Petrobras em avançar sobre a região, principalmente na Bacia da Foz do Amazonas, onde a companhia teve negada pelo Ibama a licença para perfurar um primeiro poço exploratório há pouco mais de um ano.

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Ele disse que o debate junto ao governo é "duro", mas acontece de forma "séria e respeitosa". Para Prates, tachar ambientalistas, como a ministra Marina Silva, de radicais é um argumento "estúpido", que irrita essas autoridades e só prejudica as negociações. Por isso, ele disse, a Petrobras segue dialogando para atender todas as exigências do Ibama.

"Não é um caminho fácil de percorrer. Nossa estratégia leva tudo isso (ambientalistas) muito a sério, não encaramos como se ela (Marina Silva) não gostasse de nós, como se fosse radical e contra o desenvolvimento. Esses são argumentos estúpidos, que não servem para nada, porque essas pessoas ficam muito irritadas com isso. Cada uma acredita no que diz, tem suporte técnico para fazer o que faz. Então precisamos realmente dialogar, e isso leva tempo. É mais difícil do que impor a vontade de um lado sobre o outro", disse Prates.

Ele afirmou ainda que já foi "várias" vezes ao Ministério do Meio Ambiente (MMA) e que sua relação com a ministra é forte e amigável, mas acima de tudo respeitosa. "Ela sabe que eu também sou ambientalista. Não queremos só produzir petróleo lá (na Foz do Amazonas), queremos produzir da maneira certa e no momento certo, com toda a segurança e requisitos de Ibama e MMA atendidos", continuou.

Segundo ele, as equipes de Meio Ambiente da Petrobras estão fazendo tudo o que é pedido. "Há mais estrutura de segurança agora para este poço exploratório do que há para toda a Bacia de Campos. Este pode vir a ser o poço mais caro da história da Petrobras sem que tenha sido perfurado. E isso mostra o quão comprometidos, quão empenhados estamos. Estamos prontos para fazer isso da maneira certa", disse à plateia formada por executivos de óleo e gás e fornecedores dessa indústria.

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Geração de riqueza

Mais cedo, no pavilhão do Brasil na OTC, Prates esteve ao lado do irmão do senador Davi Alcolumbre (União Brasil - AP), Josiel Alcolumbre, que falou mais de meia hora em favor da perfuração na costa do Estado, como forma de viabilizar emprego e renda em um Estado que tem mais da metade da população abaixo da linha de pobreza.

"Não vamos abrir mão da Margem Equatorial da Costa do Amapá, sabendo que temos uma empresa ambientalmente responsável (Petrobras)", disse Josiel Alcolumbre, aplaudido por uma centena de executivos brasileiros do setor.

Minutos depois, em sua palestra, Prates seguiu essa linha, citando o irmão de Alcolumbre por mais de uma vez. "O Norte do Brasil é a região mais pobre do País, com menos recursos e muita gente morando lá. Não existem apenas árvores, macacos, não existem só animais e peixes lá. São pessoas que estão lá. E eles precisam desenvolver uma economia que preserve a Amazônia, mas ninguém aqui está lhes dando dinheiro para fazer isso", afirmou.

Em seguida, ele lembrou das operações em terra da estatal na Amazônia (Polo Urucu) há mais de três décadas e reiterou a proposta da Petrobras para a criação de que parte das receitas especiais do petróleo da região seja distribuído para Estados amazônicos a fim de proteger a floresta e desenvolver as cidades da região.

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