O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira, 8, que a decisão sobre a distribuição de dividendos extraordinários aos acionistas da Petrobras cabe à empresa, mas destacou que o debate está bem encaminhado, inclusive com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Quem tem que decidir é a Petrobras, mas está bem encaminhado isso. A gente tem levado muitas informações para o presidente sobre a situação do caixa da Petrobras. Temos falado com os diretores da Petrobras e com alguns conselheiros para que o presidente possa ter tranquilidade de que o plano de investimento da Petrobras não vai ser prejudicado por falta de financeiro", disse Haddad em entrevista a jornalistas na Fazenda.
Segundo o ministro, a diretoria agora terá como tomar uma decisão com tranquilidade. Ele também afirmou que os números da empresa estão chegando alinhados com o esperado e que o caixa da companhia está "robusto", mas ainda destacou que o plano de investimentos da Petrobras representa um desafio.
"É um desafio cumprir o plano de investimento da Petrobrás... porque a empresa não estava preparada mais para investir. Ela estava sendo dilapidada, de certa maneira, e agora está tendo reversão desse quadro, para o bem do Brasil e da própria empresa, porque são investimentos rentáveis que ela está assumindo", disse.
Questionado sobre se o governo cogita trocar o comando da empresa, o ministro respondeu que o assunto não é da sua "alçada", pois trata com Lula apenas sobre cenários econômicos da empresa e, portanto, não chegou a discutir sobre a atuação do atual presidente da companhia, Jean Paul Prates, ou uma possível substituição no cargo.
Na semana passada, fontes disseram à Reuters que a demissão de Prates era provável nos próximos dias enquanto pessoas ligadas ao CEO da estatal acreditavam que ele teria fôlego para passar por mais esta "fritura", a depender de Lula.
Conversas sobre a saída do executivo ganharam mais força depois que o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, expôs sua relação desgastada com Prates em meio a debates sobre o pagamento de dividendos extraordinários pela empresa, tema que já havia gerado tensão entre a estatal e o governo em março, mas foi apaziguado na época.
Lula chegou a convocar no domingo uma reunião que poderia decidir a situação, mas acabou cancelando o encontro, de acordo com duas fontes, pois, segundo uma delas, teria ficado incomodado com o vazamento da informação.