O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta quarta-feira, 19, que a Petrobras sofreu "ataques" de grupos econômicos e avaliou que empresa tem resistido mesmo "com tentativas de desmonte do patrimônio". O presidente acompanha a cerimônia de posse da presidente da companhia, Magda Chambriard, no Rio de Janeiro.
"A Petrobras sofreu ataques da elite política e econômica do País, sem compromisso de melhoria de vida do povo", declarou.
Para Lula, a estatal, na nova gestão, não tem "medo de desafios", em referência ao plano estratégico de investimentos da empresa. O plano referente ao período de 2024 a 2028 tem previsão de investimentos na casa de US$ 102 bilhões.
Sem 'confusão'
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse durante a cerimônia de posse na empresa que Lula lhe deu a missão de movimentar a estatal por ela ser capaz de impulsionar o PIB nacional. Segundo ela, em contato com Lula, quando do convite para assumir o cargo, o presidente disse que "não queria confusão na empresa".
"Aproveito a oportunidade para contar a encomenda que me foi dada pelo presidente. A missão dada pelo presidente foi a de movimentar a Petrobras, porque ela impulsiona o PIB do País. Ele me pediu para gerir a Petrobras com respeito à sociedade brasileira", disse.
"Ele (Lula) me disse que tem grande carinho pela Petrobras, que a sociedade brasileira ama a Petrobras, e que não quer confusão nessa empresa", continuou.
Após longa nominata, em que citou ministros, políticos e executivos da empresa e do setor presentes, Magda se disse honrada em assumir a Petrobras, e rendeu homenagens a Lula. Ela disse que a sensação é de "volta para casa", uma vez que atuou por mais de 20 anos na empresa. Em seguida, listou o que planeja fazer e prometeu ser fiel ao Plano Estratégico 2024-2028.
"O que vamos fazer está registrado no Plano Estratégico, e tem potencial para gerar centenas de milhares de empregos diretos e indiretos, além de recursos em tributos e participações especiais à União Federal", disse.
"Vamos zelar pela governança e resultados empresariais robustos, com rentabilidade e eficiência operacional. É o que o mercado e o Brasil esperam de nós. Nossa visão está alinhada com a do presidente Lula e com a do governo federal, afinal são esses os nossos acionistas majoritários", continuou.
Em linhas gerais, ela prometeu ajudar em uma "transição energética justa", com investimento em eólica, geração fotovoltaica, e hidrogênio, mas com o gás como combustível da transição. A ideia, disse, é aumentar a oferta de gás ao mercado nacional e voltar a investir em fertilizantes — vetor de demanda do gás —, além de expandir o parque de refino e petroquímica.
Ela citou, ainda, um programa de construção naval, na linha do que o Planalto vinha pressionando nos últimos meses da gestão de seu antecessor, Jean Paul Prates. O discurso veio alinhado a falas recentes de Lula e dos ministros de Minas e Energia e Casa Civil, Alexandre Silveira e Rui Costa.