A Petrobras teve lucro líquido de R$ 5,33 bilhões no primeiro trimestre de 2015, queda de 1% em relação ao mesmo período do ano passado, por conta do impacto do câmbio na dívida da empresa, que corroeu a forte melhora do resultado operacional da petroleira.
O lucro ajustado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) somou R$ 21,518 bilhões de janeiro a março de 2015, crescimento de 50% sobre um ano antes, informou a empresa nesta sexta-feira.
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"Este resultado é explicado, sobretudo, pela maior produção de petróleo, pelas maiores margens nas vendas de combustíveis no Brasil e pelos menores gastos com participações governamentais e importações", disse o presidente-executivo da Petrobras, Aldemir Bendine, em comunicado.
O lucro líquido ficou acima da média das estimativas de seis analistas consultados pela Reuters, de R$ 2,5 bilhões. A companhia destacou que obteve no trimestre efeito integral dos reajustes de 5% no preço do diesel e de 3% no valor da gasolina, ocorridos em 7 de novembro de 2014.
Com esses reajustes e a queda dos preços do petróleo, a Petrobras vendeu os combustíveis no Brasil com um prêmio em relação ao externo, algo que não acontecia há alguns anos.
A divisão de Abastecimento, por exemplo, registrou um atípico lucro líquido de R$ 6,18 bilhões, ante prejuízo de R$ 4,8 bilhões no mesmo período do ano passado.
O lucro da divisão de Exploração e Produção caiu 70% na mesma comparação, para R$ 3,148 bilhões, principalmente pelos menores preços do petróleo.
O resultado financeiro líquido ficou negativo em R$ 5,62 bilhões, ante resultado negativo de R$ 174 milhões no primeiro trimestre de 2014.
A companhia relatou perda cambial decorrente da depreciação de 20,8% em relação ao dólar sobre a exposição passiva líquida na moeda norte-americana, já considerados os efeitos do hedge accounting, além de menor ganho com instrumentos financeiros derivativos de commodities.
No quarto trimestre, a companhia havia registrado prejuízo líquido de R$ 26,6 bilhões, devido a redução de valores de ativos e ao reconhecimento de perdas por corrupção envolvendo obras da estatal, especialmente na área de refino.