A Petrobras informou nesta segunda-feira que pretende recompor ao menos 60% das vagas de funcionários que aderiram ao plano de demissão voluntária, um programa que deverá gerar uma redução bilionária de custos para estatal num momento em que ela busca elevar a produção de petróleo neste e nos próximos anos.
Na semana passada, a Petrobras informou que o número de inscritos no programa de demissão voluntária atingiu 8.298 trabalhadores, o equivalente a 12,4% do efetivo total da empresa. A previsão é de que 55% dos desligamentos ocorram ainda em 2014.
"A redução de custo de 2014 a 2018 será de R$ 13 bilhões. Ele é relevante para a performance da companhia. Temos como premissa de reposição 60 por cento dos desligamentos, e a prioridade é (para reposição) de áreas operacionais", afirmou a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, em teleconferência para comentar os resultados do primeiro trimestre, divulgados na sexta-feira.
Apesar de uma redução de custos esperada para os próximos anos, o programa de demissões teve um impacto negativo de R$ 1,6 bilhão no resultado do primeiro trimestre deste ano, que acabou fechando com um lucro líquido de R$ 5,393 bilhões, queda de 30% na comparação com o mesmo período de 2013.
Sem o impacto do plano de demissões, o lucro teria ficado praticamente estável ante o verificado em 2013, segundo a executiva. Mais tarde, em entrevista a jornalistas, a presidente da Petrobras disse que, na medida em que a companhia vem registrando "inequívocos" recordes operacionais - como no refino e na produção do pré-sal - e diante da previsão de crescimento expressivo na produção nos próximos anos, o índice de reposição de funcionários pode ser superior a 60%, se for necessário.
Na teleconferência com analistas e investidores, a executiva disse esperar que o custo com os novos funcionários contratados seja menor, na medida em que trabalhadores mais jovens ingressem na companhia, em substituição a empregados mais antigos, com salários mais baixos. Mas ela também destacou que a companhia tem o objetivo de manter os seus talentos.
Em 2014, a propósito, a Petrobras tem previsão de aumentar a produção de petróleo em 7,5%, com uma margem de 1% para cima ou para baixo. Para 2018, a produção deverá saltar para 3,2 milhões de barris/dia, ante quase 2 milhões de barris atualmente no Brasil.
A empresa informou nesta segunda-feira que já interligou neste ano 20 poços dos 65 previstos para 2014. As ações preferenciais da Petrobras tinham alta de 1,19% por volta das 13h34, enquanto o Ibovespa subia 1,39% no mesmo horário.