A petroleira OGX encerrou as conversas com detentores de US$ 3,6 bilhões em bônus da dívida com vencimento em 2018 e 2022 sem obter um acordo para reestruturar sua dívida após meses de negociações, disse a empresa em um comunicadodivulgado na madrugada desta terça-feira.
A OGX, controlada pelo ex-bilionário Eike Batista, se prepara para entrar com pedido de recuperação judicial a partir desta terça-feira, disseram três fontes com conhecimento da situação à Reuters na segunda-feira.
Eike mantém o plano de trocar parte da dívida por ações da OGX durante a recuperação judicial e ainda busca a injeção de capital novo na empresa por credores ou novos investidores.
Já o aporte de recursos de Eike na OGX por meio da opção que o próprio empresário garantiu à petroleira no ano passado está descartada, disse a fonte.
A plataforma OSX-3 continuará no campo de Tubarão Martelo - uma das últimas esperanças de geração de receita da OGX pela produção de petróleo - e não é objeto de venda pela OSX, estaleiro que também pertence à Eike, conforme a fonte.
A OGX, que possui dívida total de US$ 5 bilhões, não quis comentar na segunda-feira a possibilidade de entrar com pedido de recuperação judicial.
Se confirmado, o processo de recuperação judicial da OGX será o maior da história de uma empresa latino-americana, segundo dados da Thomson Reuters. A decisão ocorre enquanto se aproxima do fim o prazo de 30 dias que a OGX tem para não ser declarada inadimplente, após não ter honrado o pagamento de cerca de US$ 44 milhões de juros sobre bônus no exterior no começo de outubro.
O pedido não seria só um indicativo do tamanho da queda de Eike, mas também forneceria um duro teste à lei de recuperação judicial do Brasil, aprovada há oito anos, sobre se ela oferece a proteção adequada aos credores. As ações da OGX terminaram a segunda-feira estáveis na Bovespa, cotadas a US$ 0,29.