Os contratos futuros do petróleo fecharam em alta de mais de 3% nesta sexta-feira, 10, em meio a sinais de demanda mais forte durante o inverno do Hemisfério Norte e de potenciais novas restrições por parte dos Estados Unidos à Rússia.
O Brent chegou nesta sexta-feira, 10, a atingir US$ 80 o barril pela primeira vez desde outubro, com o governo de Joe Biden apertando o cerco ao setor petrolífero da Rússia. Novas sanções provavelmente intensificarão a desaceleração das exportações russas de petróleo bruto, elevando os preços.
Além disso, as possíveis novas restrições devem interromper os suprimentos da matéria-prima para a Índia, levando os refinadores indianos a buscar fontes alternativas de petróleo no Oriente Médio e nos EUA, segundo a Bloomberg.
Todavia, novas previsões e uma grande quantidade de dados econômicos da China provavelmente voltarão a concentrar a atenção nas perspectivas de demanda do mercado de petróleo, dizem os analistas do Commerzbank Research. "Como elas não são particularmente animadoras, é provável que a recuperação dos preços no mercado de petróleo seja interrompida", acrescentam.
Na mesma linha, a Capital Economics espera que, em meio aos persistentes ventos contrários ao crescimento do PIB da China e à perspectiva de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) aumente a oferta a partir de abril, o Brent caia para US$ 70,00 no final de 2025.
Casa Branca minimiza impacto de sanções
A secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, minimizou nesta quinta-feira, 10, o impacto de novas sanções dos Estados Unidos contra a Rússia nos preços de petróleo e, portanto, nos de gasolina.
Em coletiva de imprensa, Jean-Pierre explicou que espera oferta global da matéria-prima maior do que a demanda este ano, o que deve impor pressão sobre as cotações. "Acreditamos que preços de gasolina continuarão caindo", ressaltou.
A porta-voz acrescentou as "significativas" sanções miram o setor de energia russo, com objetivo de reprimir a capacidade do Kremlin de manter a guerra contra a Ucrânia. Para ela, por conta das medidas, o mercado petrolífero está "em lugar fundamentalmente melhor".
Jean-Pierre disse ainda que os EUA impuseram sanções contra aliados da Venezuela, após a posse do ditador Nicolás Maduro a um terceiro mandato, que os EUA consideram "ilegítima".
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para fevereiro fechou em alta de 3,58% (US$ 2,65), a US$ 76,57 o barril, enquanto o Brent para março, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), avançou 3,69% (US$ 2,84), a US$ 79,76 o barril. Na terceira semana consecutiva de ganhos, o WTI e Brent tiveram alta de 3,52% e 4,4%, respectivamente.