A Polícia Federal indiciou nesta quinta-feira os irmãos Joesley e Wesley Batista por insider trading e por manipulação de mercado, informou o órgão.
Ambos foram alvos de uma operação na semana passada, acusados de se aproveitarem da divulgação iminente de seus acordos de delação premiada para lucrarem no mercado financeiro e tiveram suas prisões decretadas pela Justiça.
Na ocasião, Joesley já estava preso mas em caráter temporário, acusado de ter omitido crimes em seu acordo de delação premiada e apenas Wesley foi detido pela Polícia Federal em São Paulo.
Quando foi deflagrada a operação, a PF disse que eram investigados dois eventos separados, sendo o primeiro deles a realização de ordens de venda de ações da JBS em bolsa de valores por sua controladora, a FB Participações, e a compra dessas ações, em mercado, por parte da própria JBS.
A operação no mercado, segundo a PF, foi uma manipulação por parte da JBS, "fazendo com que seus acionistas absorvessem parte do prejuízo decorrente da baixa das ações que, de outra maneira, somente a FB Participações, uma empresa de capital fechado, teria sofrido sozinha".
O segundo evento investigado é a intensa compra de contratos de derivativos de dólares entre 28 de abril e 17 de maio por parte da JBS, fora do padrão de movimentação comum da empresa, gerando ganhos decorrentes da alta da moeda norte-americana após a revelação da delação.
O relatório da PF com o indiciamento de Joesley e Wesley Batista será agora encaminhado ao Ministério Público Federal (MPF) a quem caberá decidir se oferece denúncia contra ambos à Justiça.
Procuradas, a JBS e advogados dos irmãos Batista não se manifestaram imediatamente sobre o indiciamento.
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