Com rápida aceitação pela população, tanto a quantidade de transações com uso do Pix quanto o volume financeiro movimentado por esse meio de pagamento não param de crescer. De acordo com o Banco Central, ao longo de 2023, foram realizadas 41,9 bilhões de transações, movimentando R$ 17,2 trilhões.
Os números representam um recorde desde o lançamento do Pix, em fevereiro de 2020, no governo Bolsonaro. Segundo pesquisa do Sebrae, a modalidade é a preferida por 41% dos clientes dos pequenos negócios.
Levantamento feito pela instituição no segundo trimestre do ano passado aponta que as atividades econômicas de Economia Criativa e Artesanato são as que mais recebem pagamentos via Pix, com 63% e 62% respectivamente. No topo deste ranking também aparecem o segmento de Academias e atividades físicas (54%), Beleza (52%) e Turismo (50%).
A analista de Capitalização e Serviços Financeiros do Sebrae Nacional Cristina Vieira considera que o uso do Pix facilita a vida do empreendedor.
“É um pagamento instantâneo, ou seja, que cai na hora na conta de quem recebe, ajudando no fluxo de caixa do dono do pequeno negócio. Isso permite que ele tome decisões mais assertivas, como antecipar um pagamento ou negociar com fornecedores, por exemplo”, diz.
Ela acrescenta que oferecer a possibilidade de pagar com Pix, com algum desconto, pode atrair a clientela.
“Descontar a taxa cobrada pelas maquininhas pode ser uma opção, mas seja claro na hora de comunicar essa estratégia para os clientes. Avisos e placas colocadas no estabelecimento funcionam muito bem”, alerta.
Prevenção a golpes
O Banco Central garante a segurança das transações e constantemente tem aprimorado mecanismos de prevenção a fraudes. No entanto, o sucesso do Pix entre os brasileiros também chama atenção de criminosos e pessoas mal intencionadas.
Pela facilidade e rapidez, golpistas têm utilizado o Pix como uma espécie de isca para donos de pequenos negócios, oferecendo falsos descontos para pagamento da Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS) – nesse caso, a própria Receita Federal emitiu um alerta sobre falsas mensagens enviadas pelo celular.
Recentemente, a mídia também noticiou outro golpe aplicado contra empresários que receberam falsos comprovantes de pagamento e somente perceberam a armadilha após o envio das mercadorias. A especialista do Sebrae Nacional reforça a segurança do Pix em termos de tecnologia, mas ressalta que os empreendedores devem ficar atentos na hora de realizar ou receber pagamentos.
Segundo Cristina, as transações são seguras, pois as informações são integradas ao sistema financeiro do Banco Central e traz camadas adicionais de segurança, com acesso restrito.
“Mesmo com toda segurança, é importante observar links que chegam de pessoas desconhecidas, ligações oferecendo vantagens para pagamentos com Pix sem a confirmação da origem. Enfim, são cuidados necessários para não clicar em links ou baixar aplicativos suspeitos”, complementa.
Outros números
Em 2023, o último trimestre do ano foi o que mais contabilizou operações financeiras com o uso do Pix. De acordo com o Banco Central, o dia 20 de dezembro – quando ocorreu o pagamento do 13º salário – foi a data com o maior número de transações realizadas, com 178 milhões de operações.
As estatísticas disponibilizadas pela instituição também mostram que o Pix é mais utilizado em negociações entre pessoas físicas (P2P), enquanto as pessoas jurídicas transacionam maiores volumes financeiros.
Somente em dezembro do ano passado, foram realizadas 2,2 milhões de transações entre pessoas físicas (53%). Entre pessoa física e empresa (P2B) esse percentual é de 36%, com 1,5 milhão de operações. Em termos de volume financeiros, no mesmo mês, as transações entre empresas (B2B) somam R$ R$ 634 milhões, enquanto entre pessoas e empresas (P2B) foi de 188 milhões (12%).
(*) HOMEWORK inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da Compasso, agência de conteúdo e conexão.