A praticidade do Pix fez com que ele se tornasse um verdadeiro queridinho entre os brasileiros, substituindo as caras TEDs e DOCs por uma infraestrutura mais eficiente e barata.
Agora o Banco Central quer continuar a disrupção por meio da expansão das capacidades do Pix, permitindo que ele substitua outras formas de transação. Você consegue adivinhar qual seria a próxima?
Quando falamos de crédito, de acordo com a pesquisa do Serasa eCred, 29% dos brasileiros têm cinco ou mais cartões de crédito, com o objetivo de ter mais limite. Para atender à necessidade da população, chega ao mercado o Pix Garantido, opção que oferece o crédito diretamente para o consumidor, a partir da análise da instituição financeira e permite que a compra possa ser parcelada.
Na nova modalidade, no momento de realizar uma transferência Pix, o usuário poderá parcelar esse valor em até 24 vezes. O nome vem justamente da garantia concedida à loja ou pessoa recebedora do pagamento, que receberá o dinheiro mesmo se o pagador ficar sem saldo.
Para isso, a própria instituição intermediadora autorizada pelo Banco Central ficará responsável por realizar a cobrança do usuário. E é justamente nesse ponto que encontramos ainda mais semelhanças com o cartão de crédito.
Um concorrente forte para o cartão de crédito
Analistas da indústria de pagamentos já traçam panoramas sobre eventuais avanços e recuos no mapa das modalidades aceitas pelo mercado. Se, até hoje, temos percebido que o Pix disputou territórios com o débito, especialmente no comércio eletrônico, há a expectativa de que possa conquistar adeptos entre os usuários dos cartões de crédito.
Mas surge aqui uma outra questão: ele vai substituir o cartão de crédito? O Pix tem grande predominância no ambiente online: segundo levantamento da Neotrust, ele chegou ao marco histórico de 11% de utilização nos pagamentos online. Mesmo assim, os cartões físicos seguem sendo muito utilizados, o que pode indicar uma coexistência entre modalidades.
De acordo com Bruno Loiola, CGO da Pluggy, fintech especialista na captura e enriquecimento de dados financeiros do Open Finance, a nova modalidade disponível representa um avanço para o Open Finance brasileiro.
“O Pix Garantido já faz parte do universo Open e pode ser melhorado pela possibilidade do ecossistema aberto prover uma análise de crédito mais personalizada. Ou seja, temos a possibilidade de que o limite disponível seja mais compatível com a realidade financeira do usuário, além de possuir taxas e condições personalizadas para ele, o que pode aumentar a aderência ao modelo, tudo isso somado a uma redução drástica dos custos transacionais hoje envolvidos no uso do arranjo de pagamentos via cartões de crédito e débito”, comenta Loiola.
Uma opção a mais de crédito pro usuário
Ainda, o Pix Garantido traz benefícios para todos os envolvidos na transação. Para os usuários, isso significa mais uma opção de crédito no mercado, o que aumentará seu poder de compra e, consequentemente, trará uma queda dos juros pela competitividade trazida ao mercado.
Para lojistas, é a possibilidade de fugir das tarifas aplicadas em máquinas de cartões, a garantia de recebimento de seus pagamentos e a possibilidade de aumentar o ticket médio de suas vendas.
Com isso, o avanço do Pix pode ajudar o público geral a ter mais confiabilidade no Open Finance, tendo em suas mãos os benefícios do compartilhamento de dados no ecossistema aberto.
Assim, as formas de pagamento e de crédito terão mais concorrência e os consumidores, mais possibilidades e poder de decisão na hora de escolher como controlar as suas finanças.
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