BRASÍLIA - O Pix foi responsável pela inclusão de 49 milhões de pessoas que não faziam transferências eletrônicas antes do lançamento do sistema de pagamentos instantâneos passaram a fazê-lo, com a maior inclusão financeira alcançada no Norte do País. Os dados são do Banco Central, que publicou nesta quinta-feira o estudo no Relatório de Economia Bancária (REB) de 2021, após uma comparação entre o uso do Pix e de TED.
Nos outros recortes, a autarquia citou que o sistema de pagamentos instantâneos gerou maior inclusão entre jovens e mulheres. Do ponto de vista econômico, as classes mais baixas, com menor participação no mercado formal e salários menores foram mais afetadas em termos de inclusão financeira pelo Pix. Da mesma forma aconteceu com as pessoas registradas no Cadastro Único, elegíveis a benefícios sociais.
Em relação a valores, o BC observou que o Pix costuma ter transferências mais baixas em relação ao TED. A avaliação foi feita dividindo a população brasileira em grupos a partir da utilização ou não da TED nos 12 meses anteriores ao lançamento do Pix (novembro de 2020) e o uso das transferências eletrônicas nos 14 meses posteriores à criação do sistema de pagamentos eletrônicos (de novembro de 2020 a dezembro de 2021).
"Entre as mais de 120 milhões de pessoas que não utilizavam TED antes do lançamento do Pix, 36 milhões (20% da população adulta) passaram a utilizar exclusivamente o Pix, enquanto 13 milhões (8% da população adulta) iniciaram a utilização de ambos os instrumentos", disse o BC, destacando que há preferência pelo Pix entre as pessoas que começaram a usar os dois tipos de transferências, com média de 5 transações por mês contra 0,3 para TED.
Regiões
A região Norte apresenta os maiores percentuais entre aqueles que não utilizavam TED e passaram a utilizar Pix, com destaque para os estados do Amapá, com 38% da população, seguido por Roraima (35%) e Amazonas (34%). Na sequência, aparecem com maior inclusão as regiões Centro-Oeste e Nordeste. Mas, em Estados como Acre, Alagoas, Maranhão, Paraíba e Piauí, mais da metade de suas populações adultas não utiliza os instrumentos de transferência.
No Centro-Oeste e Sudeste, o fenômeno mais observado foi de substituição parcial da TED pelo Pix, ambas as localidades com26%. Já o Distrito Federal se destaca nos grupos de substituição parcial e total, que, juntos, somam 41% da população adulta. Por outro lado, o Sul do País aparece com maior porcentual de pessoas que não aderiu ao Pix (9%).
Idade
Sob o aspecto etário da população brasileira, com exceção do grupo entre 15 e 24 anos, à medida que aumenta a faixa etária da população, há menor grau de uso de TED e de Pix. Entre os mais velhos, há menor adoção do Pix entre aqueles que já utilizavam TED.
Nas faixas mais jovens da população, percebe-se maior uso, principalmente por aqueles que não utilizavam TED antes do lançamento do Pix. Na faixa entre 25 e 34 anos, 39% passaram a usar só o Pix e 33% os dois tipos de transferência.
Baixa renda
Segundo o BC, a população registrada no Cadastro Único tem presença mais forte no grupo que não faz nenhuma transferência eletrônica, tanto entre os beneficiários do Programa Bolsa Família quanto entre aqueles que não estão no programa. Mas 29,9% dos participantes do Cadastro Único não faziam movimentação eletrônica antes do Pix e passaram a fazê-lo, sendo que 22,6% usaram só o Pix.