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Por temores com carga tributária e China, Bovespa recua 4,4%

O Ibovespa recuou 4,37%, a 52.276 pontos, na maior queda diária desde 29 de setembro

1 dez 2014 - 18h36
(atualizado às 18h36)
<p>O volume financeiro do pregão somou nesta segunda-feira R$ 7,5 bilhões</p>
O volume financeiro do pregão somou nesta segunda-feira R$ 7,5 bilhões
Foto: Nacho Doce / Reuters

A Bovespa abriu dezembro com forte queda, em meio a um quadro adverso para commodities no exterior, após a divulgação de dados econômicos desfavoráveis da China, e com preocupações sobre eventual aumento da carga tributária visando reequilibrar as contas públicas brasileiras.

O Ibovespa recuou 4,37%, a 52.276 pontos, na maior queda diária desde 29 de setembro, quando terminou em baixa de 4,52%. Todos os papéis da carteira encerraram no vermelho. Já o volume financeiro do pregão somou R$ 7,5 bilhões.

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O anúncio da nova equipe econômica com Joaquim Levy à frente do Ministério da Fazenda na última semana agradou o mercado em um primeiro momento, ao representar um passo na direção de políticas mais ortodoxas.

No entanto, especulações sobre eventuais medidas fiscais, principalmente relacionadas a tributos, trouxeram nessa sessão preocupações sobre o potencial impacto para companhias e investidores, disseram à Reuters profissionais do mercado.

As apreensões com medidas tributárias encontraram suporte em reportagens da Folha de S.Paulo citando que a nova equipe econômica vai optar por aumento de tributos para fechar as contas públicas, bem como que governadores eleitos do PT articulam a volta da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira).

Em nota a clientes, o estrategita da XP Inventimentos, Celson Plácido, também citou que havia investidores atribuindo a forte queda da bolsa a rumores sobre tributação de dividendos e extinção de juros sobre capital próprio. Plácido lembrou que tramita, desde março, na Câmara dos Deputados projeto de lei dos deputados federais Renato Simões (PT-SP) e Ricardo Berzoini (PT-SP) sobre o tema.

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O gestor de uma administradora de recursos no Rio de Janeiro, que preferiu não ter o nome citado, disse que "há preocupação sobre o que o governo pode vir a tributar e o mercado vai ficar bastante atento a isso".

Queda das ações

A alta no mercado futuro de juro respingou na Bovespa, afetando papéis de concessionárias, como CCR, que caiu 5,95%, e shopping centers, como BR Mall Participações, que cedeu 5,7%.

Nem mesmo a Oi sustentou os ganhos nesta segunda-feira e terminou em baixa de 5,80%, depois de ter subido o mesmo tanto, após anúncio de acordo para negociar venda de seus ativos portugueses com grupo europeu de telecomunicações Altice.

Os preços dos contratos futuros de minério de ferro na China quebraram sequência de três altas e recuarem nesta segunda-feira; a Vale fechou em queda de 4%
Foto: Aly Song / Reuters

Carteiras de ações para dezembro compiladas pela Reuters corroboram o cenário ainda cauteloso para a bolsa, com os estrategistas de seis casas avaliando positivamente o anúncio da nova equipe econômica, mas mantendo posições ainda relativamente defensivas, por considerarem os desafios elevados.

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Uma fonte ouvida pela Reuters também atrelou a forte queda do Ibovespa, principalmente por volta do horário do almoço, a uma operação de venda de índice por um importante banco estrangeiro, com um investidor estrangeiro zerando posição em Brasil após sofrer resgate.

Petróleo e China

Os rumores sobre tributação acenturam a pressão negativa vinda do exterior, após o Índice Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) do HSBC/Markit mostrar que o crescimento nas fábricas da China estagnou em novembro, enquanto a produção encolheu pela primeira vez em seis meses, em novas evidências sobre a fraqueza da atividade chinesa.

Os números levaram os preços dos contratos futuros de minério de ferro na China a quebrarem sequência de três altas e recuarem nesta segunda-feira, o que afetou os papéis da Vale, com as preferenciais da mineradora encerrando em queda de 4%.

Os preços do petróleo também começaram a semana com novas perdas, corroborando tom negativo na abertura da Bovespa, com o Brent tocando a mínima em cinco anos, mas a commodity reverteu o movimento buscando um piso, após a Opep decidir na semana passada que não vai cortar a produção.

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Os papéis da Petrobras, já afetados pelo quadro desfavorável para a companhia, envolvida em denúncias de corrupção e com elevado nível de endividamento, recuaram 3,75% no caso dos preferenciais. As ações ordinárias caíram 5,27%.

A BM&FBovespa divulgou mais cedo a primeira prévia para a nova carteira do Ibovespa, que será válida de janeiro a abril de 2015, com saída das preferenciais da distribuidora paulista de energia Eletropaulo e entrada dos papéis ordinários da administradora de shopping centers Multiplan.

O movimento já era aguardado, conforme estimativas compiladas pela Reuters na sexta-feira.

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