Para muitos um curso de especialização fora do País ainda representa um peso maior no currículo na comparação com os cursos brasileiros, mas segundo o gerente executivo da especialista em recrutamento de executivos, Michael Page, Rogério Rego, a opção já teve mais destaque no passado.
Com o surgimento ou amadurecimento de escolas de qualidade no Brasil, o principal diferencial de estudar no exterior tem sido a construção de networking e a alta exposição dos estudantes a culturas distintas. “Em muitos casos, os professores tem o mesmo nível, mas o grau de relacionamento exigido lá fora, com profissionais de várias nacionalidades, é muito maior”, explica. Por isso, Rego aponta que antes da escolha do curso de extensão, MBA, mestrado ou doutorado, é importante que o profissional avalie seus objetivos em relação ao investimento.
“Para um cargo de perfil sênior, a opção pode ser vista como aperfeiçoamento da função ou atualização na área, já para o profissional júnior irá acenar engajamento e preocupação com a carreira”, afirma. Nos dois casos, ele vê a iniciativa como positiva. “A experiência profissional internacional tem um peso por si só e com certeza pode ser um critério de desempate em uma seleção”, completa.
Uma pesquisa realizada pela Catho com 19.632 entrevistados apontou que o trabalho é o principal motivo que leva os profissionais a morarem fora do Brasil, 39,9%. Como segundo item aparece o estudo com 39,3% do total do levantamento, seguido da família (9,7%) e de outros motivos (11,1%). Já na análise dos tipos de estudo cursados no exterior, aparece o idioma com 16,3%, faculdade (15,4%), mestrado (13,8%), doutorado (5,1%), pós-doutorado (2,1%), MBA (0,3%) e outros (62,9%).
A diretora acadêmica da B.I. Internacional, programa de especialização que oferece módulos no exterior, Anna Guimarães, concorda que um dos principais ganhos deste tipo de programa é mesmo a expansão da visão pessoal e comercial que os estudantes adquirem durante o período de estudos fora. “Temos constatado que o aluno brasileiro gosta da possibilidade de ir para o exterior. Os convênios com universidades consagradas e tradicionais são um ponto de atração”, conta.
Anna indica dois aspectos principais da experiência, o primeiro é turbinar o currículo, “um profissional com curso em Columbia é diferente de outro sem curso no exterior, talvez a flexibilidade desse profissional seja maior”, defende. Outro fator é o convívio com pessoas de outras nacionalidades, o que é enriquecedor em qualquer área, segundo ela. Atualmente, a B.I. promove intercâmbios para universidades como Berkeley, Columbia e Johns Hopkins.
Na visão da gerência responsável pela área de recursos humanos da Souza Cruz, quando se trata de educação executiva no exterior as empresas avaliam critérios como a qualidade do curso, se é bem conceituado no meio, se foi feito em uma escola de referência, além do que a experiência fora pode proporcionar de forma geral para o profissional.
Segundo o setor da companhia, uma experiência no exterior acaba desenvolvendo outras competências que não só as funcionais. A necessidade que as pessoas que moram fora têm de entender a cultura do país onde está vivendo pode acabar contribuindo para um perfil mais aberto, o que pode ser muito agregador no ambiente corporativo.