Meio Ambiente, Social e Governança. No mercado, essa trinca é conhecido pelas siglas ESG (environmental, social, corporate governance), que tem se tornado extremamente interessante para as empresas como uma forma de atrair uma parte dos consumidores que se identifica com determinadas causas.
Não importa o tamanho da empresa, o fato é que todos começam a ser cobrados pelo público a se posicionarem sobre temas diversos. Não basta mais produzir um grande produto ou oferecer um ótimo serviço, é preciso estar alinhado ao que a sociedade quer e acredita.
“Mas as empresas esbarram em dois grandes gargalos para a melhor implementação de projetos voltados ao ESG no Brasil: número reduzido de profissionais efetivamente qualificados e o custo alto de se ofertar produtos e serviços alinhados com o ESG”, alerta Emanuel Pessoa, advogado especializado em Governança Corporativa, Direito Societário, Contratual e Econômico.
“Muitas vezes, empresas interessadas em promover mudanças sociais ou de consumo podem se ver em situação econômica desvantajosa, tornando-se incapazes de agir como desejavam”, esclarece ele.
O ESG precisa ser aplicado de forma racional
Pesquisa feita recentemente pela Deloitte em parceria com o Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (Ibri), mostra que 87% das companhias listadas na B3 afirmam ter aumentado o envolvimento e conhecimento da área de relações com investidores dos temas ESG nos últimos 12 meses.
Do lado da população, 94% dos brasileiros esperam uma iniciativa das empresas para fazer algo sobre o assunto, segundo outro estudo da consultoria Walk The Talk by La Maison.
Os consumidores estão mais ligados em temas como preservação do meio ambiente e questões sociais, as quais compõem, respectivamente, o “E” e o “S” de ESG. Já o “G”, de governança, é, no Brasil, um tema mais restrito a investidores.
“Com um mercado de capitais pequeno, um número reduzido de empresas na bolsa e uma grande variedade de produtos financeiros com retornos elevados, a pouca importância que as pessoas em geral dão ao G não chega a ser surpreendente”, pondera Emanuel.