Os preços ao consumidor dos Estados Unidos registraram alta inesperada em novembro, enquanto a inflação subjacente aumentou, oferecendo mais evidências de que é improvável que o Federal Reserve corte a taxas de juros no início do próximo ano.
O índice de preços ao consumidor subiu 0,1% no mês passado, depois de ficar inalterado em outubro, informou o Departamento do Trabalho nesta terça-feira. Nos 12 meses até novembro, o índice avançou 3,1%, depois de alta de 3,2% em outubro.
Economistas consultados pela Reuters previram que o índice de preços ao consumidor ficaria inalterado no mês e aumentaria 3,1% na base anual. O aumento anual dos preços ao consumidor desacelerou de um pico de 9,1% em junho de 2022, mas continua acima da meta de 2% do Fed.
O relatório seguiu dados da última sexta-feira mostrando que a criação de vagas de trabalho acelerou em novembro e a taxa de desemprego caiu para 3,7%, de um pico de quase dois anos de 3,9% em outubro. O forte relatório de emprego fez com que os mercados financeiros adiassem as expectativas de um corte na taxa de juros de março para maio, de acordo com a ferramenta FedWatch do CME Group.
As autoridades do banco central dos EUA iniciam sua reunião de política monetária de dois dias nesta terça-feira. O Fed deve deixar os juros inalteradas na quarta-feira, com os economistas confiantes de que a campanha de aperto monetário chegou ao fim.
"É provável que (o chair do Fed, Jerome) Powell continue a dizer que os cortes nos juros ainda não estão sendo considerados, mas não vai repudiar substancialmente na precificação do mercado", disse Veronica Clark, economista do Citigroup em Nova York.
O Fed aumentou sua taxa de juros em 525 pontos-base desde março de 2022, para a faixa atual de 5,25% a 5,50% .
Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, o índice aumentou 0,3% em novembro, depois de ter subido 0,2% no mês anterior. O chamado núcleo do índice de preços ao consumidor foi impulsionado por uma recuperação nos preços de carros e caminhões usados.
Os aluguéis altos continuaram a manter a inflação subjacente elevada. A inflação dos aluguéis pode se moderar consideravelmente no próximo ano, uma vez que a taxa de vacância de aluguéis aumentou para um recorde de mais de dois anos no terceiro trimestre.
O núcleo do índice subiu 4,0% na base anual em novembro, depois de avançar pela mesma margem em outubro.