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Preços do petróleo sobem em meio a troca de ameaças entre EUA e Irã

6 jan 2020 - 17h14

Os preços do petróleo avançaram nesta segunda-feira, com o Brent tocando a marca de 70 dólares por barril, em meio a uma escalada retórica entre Estados Unidos, Irã e Iraque, que aguçou as tensões no Oriente Médio após um ataque aéreo dos EUA matar um importante comandante militar iraniano.

Protesto contra o assassinato pelos EUA do comandante militar iraniano Qassem Soleimani e do comandante da milícia iraquiana Abu Mahdi al-Muhandis, em Sanaa
06/01/2020
REUTERS/Khaled Abdullah
Protesto contra o assassinato pelos EUA do comandante militar iraniano Qassem Soleimani e do comandante da milícia iraquiana Abu Mahdi al-Muhandis, em Sanaa 06/01/2020 REUTERS/Khaled Abdullah
Foto: Reuters

Os contratos futuros do petróleo Brent fecharam em alta de 0,31 dólar, ou 0,45%, a 68,91 dólares por barril. Mais cedo, o valor de referência internacional chegou a tocar uma máxima de 70,74 dólares.

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Já o petróleo dos EUA avançou 0,22 dólar, ou 0,35%, a 63,27 dólares por barril. O WTI atingiu máxima de 64,72 dólares no dia, o mais alto valor desde abril.

Após uma forte alta no início da sessão, o petróleo devolveu parte dos ganhos ao longo do dia, diante de crescentes dúvidas sobre a possibilidade de o Irã contra-atacar de uma maneira que afete as ofertas globais da commodity.

"Parece haver o avanço de um diálogo no sentido de que não é do interesse dos iranianos atacar a infraestrutura de petróleo", disse Bob Yawger, diretor de futuros da Mizuho. "Porque qualquer ataque à infraestrutura de petróleo provavelmente desencadearia um rali no barril e isso, por sua vez, possivelmente interromperia as exportações iranianas."

Os preços haviam saltado mais de 3% na sexta-feira, depois que um ataque aéreo dos EUA no Iraque matou o comandante militar iraniano Qassem Soleimani, aumentando as preocupações sobre uma escalada nos conflitos no Oriente Médio e o possível impacto das tensões sobre o fornecimento de petróleo.

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A região é responsável por quase metade da produção mundial de petróleo, enquanto um quinto dos embarques mundiais da commodity passa pelo Estreito de Ormuz.

No domingo, o presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou impor sanções ao Iraque, o segundo maior produtor da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), caso as tropas dos EUA sejam forçadas a se retirar do país.

Antes disso, o governo do Iraque havia pedido aos EUA e a outras tropas estrangeiras que deixassem o país.

Trump também disse que os EUA vão retaliar o Irã caso Teerã contra-ataque em resposta à morte de Soleimani.

"A situação traz muita incerteza e exige uma leitura geopolítica das reações. Embora o fechamento do Estreito de Ormuz siga um evento bastante improvável, a deterioração (da situação) no Iraque representa riscos à oferta", disse o chefe da área econômica do banco suíço Julius Baer, Norbert Rucker.

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