A presidente da Caixa, Rita Serrano, reforçou, em suas redes sociais, que tomou a decisão de paralisar o consignado do Auxílio Brasil e do microcrédito assim que assumiu o banco e afirmou que os programas estão sendo investigados pelos órgãos de controle e fiscalização, com os quais a Caixa tem colaborado, e pela auditoria interna da instituição.
Como mostrou o Estadão/Broadcast, a Caixa teve de colocar o pé no freio nas concessões no fim do ano passado após desembolsos recordes em programas considerados de forte apelo eleitoral para o ex-presidente Jair Bolsonaro, como o consignado do Auxílio, lançado no banco entre o primeiro e o segundo turno do pleito para o Planalto.
Apesar dos desafios, que impactaram a manutenção das linhas de crédito no segundo semestre de 2022, Serrano afirmou que a Caixa "se mantém sólida, graças principalmente à dedicação e comprometimento do corpo funcional do banco. Dentre os desafios, ela cita também as denúncias de abuso sexual contra o ex-presidente da Caixa Pedro Guimarães. Serrano afirmou que a gestão segue empenhada "em construir uma nova CAIXA para um novo Brasil, fortalecendo a governança interna e a transparência em todas as nossas ações".
"Desde o meu tempo como conselheira de administração, manifestei preocupação em relação a essas medidas, e as questionei por considerá-las contestáveis, implementadas às vésperas das eleições de 2022 e com um apelo excessivo ao endividamento da população vulnerável."
Segundo a presidente da Caixa, o Consignado do Auxílio alcançou a "expressiva marca" de R$ 7,6 bilhões para 2,97 milhões de clientes apenas na CAIXA, sem contar os demais agentes financeiros. O banco foi o único dos cinco grandes a oferecer a modalidade. Já o programa de Microfinanças envolveu mais de R$ 3 bilhões e atendeu a 3,86 milhões de clientes.
Serrano ponderou que a inadimplência do Consignado do Auxílio Emergencial ainda se mantém sob controle, visto que os pagamentos são descontados na fonte. Já a inadimplência do programa de Microfinanças ultrapassou 80%, e a maior parte das perdas será coberta pelo Fundo Garantidor de Microfinanças, que utilizará recursos do FGTS.