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Presidente do BC venezuelano reconhece "crise" econômica

"Nós não podemos esconder a realidade: a economia tem inflação, escassez e o crescimento não é robusto", disse Nelson Merentes

16 mar 2014 - 17h45
(atualizado às 17h45)

O presidente do Banco Central da Venezuela, Nelson Merentes, reconheceu neste domingo que a Venezuela estava passando por uma "crise econômica", mas disse que medidas como um novo mecanismo cambial com base no mercado ajudaria a trazer melhorias rápidas."É uma crise, mas não é uma crise de dimensões tão profundas como alguns analistas dizem", afirmou Merentes, que é considerado mais reformista que outros agentes financeiros seniores no governo do presidente Nicolas Maduro.

Uma taxa de inflação anual de 56% e escassez de produtos alimentaram uma onda de protestos da oposição que levou à violência matando pelo menos 28 pessoas no país sulamericano membro da Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep) desde meados de fevereiro.

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"Nós não podemos esconder a realidade: a economia tem inflação, escassez e o crescimento não é robusto", disse Merentes em entrevista à televisão local. "Mas a Venezuela tem capacidade para sair deste momento que não é tão bom. Na verdade, o governo está tomando medidas que nos ajudarão a sair rapidamente".

Um mercado de câmbio recém-anunciado, conhecido como Sicad 2, deve começar nos próximos dias, e já levou para baixo o preço do dólar no mercado negro, de cerca de 85 bolívares para entre 72 e 75, de acordo com a cotação de sites ilegais.

A Venezuela tem mantido controles cambiais por 11 anos e, apesar de Maduro prometar lealdade às políticas do seu antecessor Hugo Chávez, alguns ajustes da política econômica são vistos como inevitáveis, mesmo de dentro do Partido Socialista no poder.

Merentes disse que a onda de manifestações de rua contra o governo socialista, que, dura seis semanas teria "algum grau de impacto" sobre o crescimento econômico, mas apenas limitado.

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Otimismo venezuelano x analistas do mercado

O crescimento do primeiro trimestre seria leve, disse ele, e a previsão do governo para o ano continua a ser uma expansão de 4% do PIB (Produto Interno Bruto).

Economistas de Wall Street não compartilham esse otimismo. O BNP Paribas, por exemplo, previu esta semana que a economia da Venezuela provavelmente terá contração 1,5% em 2014, enquanto a inflação irá se acelerar para 70 por cento.

A inflação mensal, porém, na verdade, caiu para 2,4 por cento em fevereiro, ante 3,3% no mês anterior, de acordo com os últimos dados do BC venezuelano.

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