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Presidente do Fed de Minneapolis diz que corte de 0,5 p.p. nos juros foi "decisão correta"

23 set 2024 - 08h23

O presidente do Federal Reserve de Minneapolis, Neel Kashkari, disse nesta segunda-feira que defende o corte de 50 pontos-base realizado pelo banco central dos Estados Unidos, chamando-o de "decisão correta" à luz do progresso substancial da inflação e do risco de um aumento do desemprego.

"O equilíbrio dos riscos se afastou da inflação mais alta e se voltou para o risco de um enfraquecimento ainda maior do mercado de trabalho, justificando uma taxa mais baixa", disse Kashkari em um ensaio. "Mesmo após esse corte, a postura geral da política monetária continua restritiva."

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Na semana passada, o Fed reduziu sua taxa de juros em 50 pontos-base, para a faixa de 4,75% a 5,00%, um movimento maior do que o habitual que surpreendeu muitos analistas.

Kashkari não está entre os 12 membros votantes do Fed este ano. Portanto, sua opinião sobre a recente decisão não era conhecida anteriormente. Até recentemente, ele estava entre as autoridades do Fed mais "hawkish" (favoráveis a juros mais altos), argumentando que a política monetária provavelmente precisaria ficar mais restritiva por mais tempo para controlar a inflação.

Em agosto, ele disse que estava aberto a um corte na taxa de juros, mas indicou sua preferência por um corte menor, a menos que houvesse uma rápida deterioração no mercado de trabalho.

O ensaio desta segunda-feira mostra que suas opiniões estão agora em sincronia com a maioria de seus colegas e inclui um gráfico que indica que ele acredita que provavelmente será necessário reduzir a taxa de juros em mais 50 pontos acumulados nas duas últimas reuniões do ano do banco central.

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O gráfico também indica que ele projeta uma redução adicional de 100 pontos na taxa de juros ao longo do próximo ano, para 3,4%.

Isso colocaria a taxa de juros apenas 50 pontos acima do que ele vê agora como a taxa "neutra", na qual os custos dos empréstimos não estimulam nem freiam a economia.

No entanto, Kashkari disse que a trajetória real dependerá dos dados que estão por vir.

A inflação, segundo a medida preferida do Fed, caiu para 2,5%, um nível que não indica vitória na batalha contra a inflação, mas marca um progresso substancial, disse ele.

A tendência dos últimos meses mostra que "o processo desinflacionário parece estar no caminho certo", disse, com poucas evidências de que a inflação possa surpreender para cima no futuro.

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Enquanto isso, o mercado de trabalho esfriou, disse ele, com a taxa de desemprego em 4,2%, ainda baixa mas acima do ano passado, e outros dados sobre as condições de trabalho mostrando uma desaceleração.

Mesmo assim, segundo Kashkari, os gastos dos consumidores e o crescimento econômico têm sido surpreendentemente resistentes, uma combinação "confusa" de dados que não sugere que pressões recessivas estejam se formando.

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