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Prévia da inflação em março tem maior nível desde 2005

IPCA-15 avançou 1,24% em março, atingindo 7,9% no acumulado de 12 meses

20 mar 2015 - 09h24
(atualizado às 16h07)
<p>Prévia da inflação desacelerou em março, mas ritmo segue forte</p>
Prévia da inflação desacelerou em março, mas ritmo segue forte
Foto: Reprodução

A prévia da inflação oficial brasileira desacelerou a 1,24% em março, mas em 12 meses chegou ao nível mais alto em quase 10 anos, no momento em que o governo da presidente Dilma Rousseff vem sendo alvo de fortes protestos e rejeição.

Com o resultado, após alta mensal de 1,33% em fevereiro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) acumulou alta de 7,90% em 12 meses, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.

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Trata-se do nível mais alto desde maio de 2005 (8,19%), após o indicador ter atingido 7,36% em 12 meses em fevereiro, permanecendo bem acima do teto da meta do governo - de 4,5% com margem de 2 pontos percentuais.

Os resultados ficaram praticamente em linha com a expectativa do mercado. Mediana das projeções em pesquisa da Reuters apontava alta de 1,21% na comparação mensal e de 7,88% em 12 meses.

Segundo o IBGE, os aumentos de energia elétrica, combustíveis e alimentos foram os principais responsáveis pelo resultado mensal de março, uma vez que juntos esses itens responderam por 77,42% do índice.

O maior impacto individual em março foi exercido por energia elétrica: com alta de 10,91%, exerceu peso de 0,35 ponto percentual no IPCA-15.

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Isso levou o grupo Habitação a registrar a maior variação em março ao acelerar a alta a 2,78% em março, ante 2,17% no mês anterior.

Depois de o governo adotar o uso da bandeira tarifária, repassando ao consumidor os custos mais altos de geração por conta da falta de chuvas, em março entraram em vigor revisões tarifárias extraordinárias.

A inflação vem se mantendo em níveis elevados sob o peso também da gasolina, diante do aumento das alíquotas de PIS/Co fins. No IPCA-15 de março, os combustíveis subiram 6,25% e tiveram impacto de 0,31 ponto, sendo 0,26 ponto somente da gasolina após avanço dos preços de 6,68%.

Já o grupo Alimentação e Bebidas teve alta de 1,22% neste mês, contra avanço de 0,85% em fevereiro.

Os preços administrados vêm sendo os principais vilões da inflação neste ano, com os economistas na pesquisa Focos do Banco Central projetando alta de 12% desse grupo neste ano.

Mas o dólar também deve pesar, tendo ultrapassado recentemente o patamar de R$ 3. No Focos, a expectativa para o IPCA ao fim deste ano vem piorando a cada semana e já está perto de 8%.

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O próprio Banco Central, que neste mês elevou a taxa básica de juros para 12,75% ao ano, não vê mais a inflação iniciando trajetória de queda em 2015 devido ao reajuste de administrados e desvalorização do câmbio.

Inflação diminuiu poder de compra dos consumidores
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