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Prévia do PIB cai menos que o esperado em março e indica expansão de 2,4% da economia no 1º tri

O IBC-Br fechou o primeiro trimestre com avanço de 2,41% na comparação com os três meses anteriores

19 mai 2023 - 09h08
(atualizado às 10h53)
Ministério da Fazenda
Ministério da Fazenda
Foto: Divulgação / Estadão

A atividade econômica brasileira apresentou crescimento no primeiro trimestre deste ano, de acordo com dados do Banco Central nesta sexta-feira, 19, em meio a sinais de resiliência das atividades de varejo e serviços e mesmo com os impactos da política monetária restritiva.

O Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br) recuou 0,15% em março em relação ao mês anterior, mostrou dado dessazonalizado do indicador que é um sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), menos do que a expectativa em pesquisa da Reuters de uma retração de 0,30%.

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Com isso, o IBC-Br fechou o primeiro trimestre com avanço de 2,41% na comparação com os três meses anteriores, mostrando vaivém no desempenho econômico ao longo dos primeiros meses do ano.

O IBC-Br iniciou o ano com alta de 0,59% em janeiro na comparação com o mês anterior. Em fevereiro, o IBC-Br teve expansão de 2,53%, em dado fortemente revisado pelo BC de uma expansão de 3,32% informada antes, atrelada ao desempenho das atividades agrícola e de serviços.

Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o IBC-Br teve em março alta de 5,46%, enquanto no acumulado em 12 meses passou a um avanço de 3,31%, de acordo com números observados.

"Embora os detalhes do IBC-Br não sejam fornecidos pelo BC, estimamos que o desempenho positivo da atividade no primeiro trimestre deve-se a uma produção recorde de grãos na safra de verão 2022-23", explicou Gabriel Couto, economista do Santander, elevando ligeiramente a projeção para o crescimento do PIB no primeiro trimestre para 1,2% ante os três meses anteriores, de 1,1% antes.

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O IBGE divulga em 1° de junho os dados sobre o PIB no primeiro trimestre. No quarto trimestre de 2022 a economia brasileira sofreu queda de 0,2% sobre os três meses anteriores, de acordo com os dados do IBGE, mas ainda fechou o ano passado com crescimento de 2,9%.

Em março, a produção da indústria do Brasil cresceu um pouco mais do que o esperado, 1,1%, e interrompeu dois meses seguidos de quedas, mas ainda assim fechou o primeiro trimestre com estagnação.

Ao mesmo tempo, o setor de serviços brasileiro cresceu mais do que o esperado em março, 0,9%, enquanto as vendas varejistas surpreenderam com uma alta de 0,8% em relação ao mês anterior.

Com a taxa básica de juros Selic em 13,75% ao ano, a economia brasileira vem sentindo com mais intensidade os efeitos da política monetária restritiva, com setores industriais ligados ao crédito mais fortemente atingidos e endividamento elevado no país, além de uma desaceleração global.

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Por outro lado, novas medidas de transferência de renda pelo governo devem dar alguma ajuda, junto com fortes resultados esperados do setor agrícola, ajudando a evitar uma desaceleração mais intensa do PIB.

"Ainda que o primeiro trimestre tenha fechado um pouco melhor que o esperado, não altera a tendência de desaceleração para o ano", avaliaram Marco Caruso e Igor Cadilhac, do Banco Original, que por sua vez mantiveram a projeção de alta de 1,1% para o PIB no primeiro trimestre.

O mercado prevê para este ano uma expansão do PIB de 1,02%, indo a 1,38% em 2024, de acordo com a pesquisa Focus mais recente.

Nesta semana, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a aprovação pelo Congresso de um novo arcabouço fiscal e da reforma tributária colocarão o Brasil em uma trajetória de crescimento acima da média mundial, estimando o crescimento da economia neste ano na casa de 2%, o que ele considerou baixo.

Duas fontes com conhecimento do assunto disseram à Reuters que o Ministério da Fazenda vai elevar sua projeção oficial para o crescimento do PIB este ano para 1,9%, de 1,6% estimado em março.

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O IBC-Br é construído com base em proxies representativas dos índices de volume da produção da agropecuária, da indústria e do setor de serviços, além do índice de volume dos impostos sobre a produção.

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