A economia brasileira desacelerou com força em agosto, reforçando as avaliações de que a atividade não tem conseguido mostrar recuperação consistente a pouco mais de uma semana do disputado segundo turno da eleição presidencial.
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), divulgado nesta quinta-feira, avançou 0,27% em agosto na comparação com julho, quando havia subido 1,52%, segundo números dessazonalizados.
O resultado do índice, considerado espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), ficou pouco abaixo do esperado em pesquisa da Reuters com analistas, de alta de 0,30%.
Na comparação com agosto de 2013, o IBC-Br recuou 0,15% e acumula alta de 0,93% em 12 meses, ainda segundo o BC.
"É simplesmente o registro de perda de fôlego de toda a atividade econômica do País", disse o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, para quem o PIB crescerá 0,3% neste ano, mas "sem dúvida" com viés de baixa.
A economia brasileira, que entrou em recessão técnica no primeiro semestre, é uma das questões centrais na disputa pela Presidência entre a presidente Dilma Rousseff (PT) e o candidato do PSDB, Aécio Neves, em meio a um cenário de inflação elevada.
Dados recentes já haviam indicado que a economia continuou patinando no terceiro trimestre do ano. A produção industrial avançou 0,7% em agosto, mas ainda mostrando contração no acumulado do ano, enquanto que as vendas no varejo subiram 1,1% no mesmo período, mas o movimento foi considerado apenas pontual.
Com a atividade econômica debilitada, o mercado de trabalho mostra perda de fôlego, apesar do nível de desemprego baixo. A criação de vagas formais de trabalho em setembro foi a pior para o mês em 13 anos.
Pesquisa Focus do BC aponta que a expectativa de economistas para este ano é de crescimento do PIB de apenas 0,28%, contra expansão de 2,5% em 2013.
O IBC-Br incorpora estimativas para a produção nos três setores básicos da economia: serviços, indústria e agropecuária, assim como os impostos sobre os produtos.