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Produção industrial cai em junho, aponta CNI

Patamar é o menor desde o início da medição do índice, em 2010

18 jul 2014 - 18h28
Pela sexta semana seguida, economistas reduziram suas previsões de expansão da economia brasileira neste ano, vendo queda maior da indústria, mas insuficientes para aliviarem a pressão sobre a inflação. 24/06/2014
Pela sexta semana seguida, economistas reduziram suas previsões de expansão da economia brasileira neste ano, vendo queda maior da indústria, mas insuficientes para aliviarem a pressão sobre a inflação. 24/06/2014
Foto: Jianan Yu / Reuters

A produção industrial registrou queda em junho, ficando em 39,6 pontos, contra 48,4 pontos em maio deste ano e 46 pontos no mesmo mês de 2013. O patamar é o menor desde o início da medição do índice, em 2010.

O dado está na Sondagem Industrial divulgada hoje pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Além do recuo na atividade, a pesquisa aponta redução no número de empregados e na utilização da capacidade instalada e elevação nos estoques. Para a CNI, houve influência da Copa do Mundo, mas outros fatores também contribuíram para as quedas. A CNI avalia que há aprofundamento de um quadro negativo.

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O número de empregados na indústria em junho ficou em 45,2 pontos, contra 46,8 em maio e 48,1 em junho do ano passado. A metodologia da CNI trabalha com uma linha divisória de 50 pontos. Quando indicadores como produção e emprego se afastam desse patamar, o cenário é negativo. A utilização da capacidade instalada, por sua vez, atingiu 68% contra 71% no último mês e 72% no mesmo período de 2013. O resultado também foi o menor desde o início da série mensal do índice. 

“O que nos chamou bastante a atenção foi a intensidade da queda [da produção]. O indicador ficou bem abaixo da linha divisória, com queda intensa e disseminada pela indústria. No número de empregados, a leitura é semelhante”, avaliou Marcelo Azevedo, economista da CNI. Segundo ele, há temor de que o cenário cause um impacto global. “A transmissão dessa dificuldade da indústria, via emprego, vai se passando para a economia como um todo”, comenta.

Para o gerente de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca, “a Copa do Mundo teve seu efeito na demanda [pela produção industrial], mas o desempenho da indústria vem dando sinais de deterioração durante todo o ano”. Segundo ele, não é possível definir quanto o desempenho ruim é relacionado ao Mundial, que teve vários feriados e cujo incremento na demanda beneficiou somente alguns setores.

“Certamente, [a CNI] não esperava uma queda forte como esta, ou os estoques não estariam crescendo. A indústria começou 2014 esperando um ano melhor. Em junho, fica difícil separar o que é efeito da Copa e o que é um acirramento natural [das dificuldades que a indústria já enfrentava]”.

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A Sondagem Industrial de junho mostrou que os estoques efetivos da indústria em relação aos planejados cresceram. Em junho deste ano, o indicador somou 52,1 pontos, contra 51 em maio e 51,4 em junho do último ano. De acordo com a entidade, o índice é o maior desde julho de 2012. 

Como principais problemas enfrentados pela indústria no segundo trimestre, os empresários ouvidos para a pesquisa apontaram a elevada carga tributária (citada por 54,5%), a falta de demanda (40,7%), a competição acirrada no mercado (31,3%), o custo da matéria-prima (25,4%) e a falta de trabalhador qualificado (22,6%).

Apesar dos resultados ruins, a expectativa com relação à alta na demanda para os próximos seis meses ficou moderada, em 55,2 pontos. Já a expectativa de quantidade exportada para o período ficou em 49,7 pontos.

Agência Brasil
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