Com destaque para o setor de bens de capital, a produção industrial brasileira iniciou o ano em recuperação ao avançar 2,9% em janeiro sobre o mês anterior, resultado melhor do que o esperado mas ainda insuficiente para reverter a contração vista em dezembro.
De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, a alta mensal de janeiro foi o melhor resultado em um ano. Mas não compensou o recuo de 3,7% em dezembro, número revisado após divulgação anterior de queda de 3,5%. Na comparação com o mesmo mês de 2013, a produção industrial registrou queda de 2,4% em janeiro.
Os resultados foram melhores do que as expectativas em pesquisa da Reuters, cujas medianas apontavam alta de 2,50% na base mensal e recuo de 3,40% na comparação anual.
De acordo com o IBGE, entre as categorias de uso, o destaque em janeiro foi Bens de Capital, uma medida de investimento, que avançou 10% ante dezembro, melhor resultado desde junho de 1997 (14,5%), devido principalmente à retomada da produção de caminhões. Em dezembro, essa categoria havia caído 12,2% na comparação mensal e, sobre o mesmo mês de 2013, subiu 2,5%.
A categoria Bens de Consumo, por sua vez, mostrou alta de 2,3% na comparação mensal, com avanço de 3,8% em Bens Duráveis e de 1,2% em Semiduráveis e não Duráveis. Entretanto, ante janeiro de 2013, a categoria registrou queda de 3,6%.
Já a produção de Bens Itermediários avançou 1,2% ante dezembro e recuou 2,7% na comparação com janeiro do ano passado.
O IBGE informou ainda que 17 dos 27 ramos pesquisados registraram crescimento mensal em janeiro, com destaque para farmacêutico (29,4%), veículos automotores (8,7%) e máquinas e equipamentos (6,4%).
Em 2013, a indústria brasileira foi errática, encerrando com expansão de 1,2% e levantando temores sobre recuperação mais robusta. Pesquisa Focus do Banco Central mostra que a expectativa de economistas é de expansão de 1,57% em 2014. E, para fevereiro, o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) aponta desaceleração na expansão da atividade.