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Quadro fiscal dificulta grande anúncio econômico para coronavírus no Brasil, diz Sachsida

25 mar 2020 - 15h55
(atualizado às 16h15)

As medidas econômicas para enfrentamento do coronavírus sairão em fases, indicou nesta quarta-feira o secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida, pontuando que, diferentemente de países como Estados Unidos e Alemanha, o Brasil não tem estrutura fiscal para anunciar um grande pacote de uma vez só.

Homem passa em frente a outdoor de LED em meio a surto da doença do coronavírus (Covid-19), em Brasília
24/03/2020
REUTERS/Ueslei Marcelino
Homem passa em frente a outdoor de LED em meio a surto da doença do coronavírus (Covid-19), em Brasília 24/03/2020 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters

"É difícil para nós fazer grande anúncio, se a gente errar não tem outro", disse ele, em conversa organizada pela Necton Investimentos. "Adotamos estratégia em ondas", acrescentou.

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Sachsida afirmou que esse norte foi baseado na imprevisibilidade acerca da duração da crise. O secretário ressaltou ainda que nenhuma medida da equipe econômica vai além de 2020, se encerrando em três meses ou no máximo até o final do ano.

"Outros países mais ricos podem se dar ao luxo de anunciar grandes planos e errarem, eles têm dinheiro, nós não temos", afirmou.

De acordo com o secretário, o objetivo fundamental da equipe econômica é evitar que um choque transitório se transforme em choque permanente. Por isso, a necessidade de preservação de pessoas e de empresas.

Sachsida disse ainda que o governo já revisou suas projeções fiscais, mas que os números são internos. Questionado se o rombo primário ficaria por volta de 200 bilhões de reais este ano, ele respondeu que a cifra fica por volta deste patamar, "um pouquinho a mais, um pouquinho a menos".

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Após o Congresso aprovar o pedido de estado de calamidade pública por conta do coronavírus, o governo não precisará cumprir a meta de déficit primário que havia sido aprovada no Orçamento, de 124,1 bilhões de reais.

Sobre as perspectivas para o Produto Interno Bruto (PIB) este ano, Sachsida disse não ser possível revisar números a todo momento e ponderou que, neste momento, prever o desempenho da economia este ano é como prever o comportamento do câmbio, com ambas as variáveis sujeitas a um alto grau de incerteza.

"Se amanhã os Estados Unidos confirmarem que aquele remédio funciona, rapidamente está todo mundo revendo de novo", disse.

"Acho que a gente tem que estar bem focado no que nós podemos fazer. O que é que podemos fazer: evitar que medidas drásticas, draconianas, sejam tomadas e que vão gerar custo muito grande lá para frente", completou.

Na semana passada, a Secretaria de Política Econômica (SPE) cortou sua previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) a 0,02%, ante alta de 2,1% indicada apenas 10 dias antes, numa mostra da rápida deterioração das expectativas em meio ao avanço do coronavírus e seu dramático impacto na economia.

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