Investir na bolsa é uma recomendação para os investidores mais experientes e de perfil mais arriscado, que deve analisar o cenário no curto, médio e longo prazo. Para quem quer saber o que esperar deste ano, o analista de investimentos sênior do Andbank Brasil Fernando Bresciani, comenta quais os setores mais ou menos arriscados para investir em 2023 e as oportunidades da bolsa neste ano.
Então, no curto prazo, com horizonte de até um ano de investimentos, o setor de menor risco é o de energia, na avaliação do especialista: “Atualmente o setor mais resiliente na bolsa, na minha opinião, é o setor de energia elétrica. É um setor que apresenta alta previsibilidade com menor volatilidade e um bom pagamento de dividendos, diminuindo o risco para quem quer investir na bolsa”, afirmou.
Já outros setores oferecem maior volatilidade, como os setores de varejo, setor de infraestrutura e outros setores que ainda dependem de uma série de cenários para que você componha uma previsibilidade, explicou Bresciani.
Segundo o especialista, a expectativa atual de valorização do índice bovespa gira em torno de 20% em até 12 meses; “Esse número, todavia, será revisto conforme forem saindo os resultados do quarto trimestre das empresas listadas. As mensagens que os balanços vão trazer podem fazer com que alguns setores tenham o potencial reduzido, o que pode impactar na estimativa do Ibovespa”.
A divulgação de resultados das companhias de capital aberto, referentes ao último trimestre de 2022, acontece entre fevereiro e março.
Bresciani lembra também que a China está retomando a economia após o feriado do Ano Novo Lunar, o que pode aquecer o setor de commodities nas próximas semanas.
Com juros altos, risco-retorno da bolsa fica menos atrativo
“A nossa expectativa é que a bolsa deve continuar subindo no curto prazo, mas é bom lembrar que as oportunidades mesmo para você ganhar estão nas ações não tão líquidas do Ibovespa, ou seja, as ações um pouco menos líquidas que são chamadas de segunda e de terceira linha”, afirmou Fernando Bresciani.
As ações de segunda linha são ações de empresas menores, de médio porte, que são menos negociadas (menor liquidez) e apresentam maior potencial de valorização. Como sempre em investimentos, é preciso avaliar a relação risco-retorno: quanto maior o potencial de retorno, maior o risco.
Já no caso das principais ações as possibilidades de retorno podem não chamar tanto a atenção dos investidores. Com o atual patamar da taxa Selic de 13,75%, versus o potencial de valorização estimado de 20% da bolsa - baseado principalmente nas ações mais líquidas- a bolsa não traz um potencial tão significativo, dado o risco-retorno, finalizou Bresciani.