Os temores do mercado estão aumentando com a possibilidade de uma escalada do conflito no Oriente Médio com a entrada dos Estados Unidos. Investidores temem que isso cause ainda mais instabilidade na oferta mundial de petróleo e na inflação global.
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Os preços do petróleo subiram nesta sexta-feira, 4, e fecharam com seus maiores ganhos semanais em mais de um ano. Os futuros do petróleo Brent subiram 0,43 dólar, ou 0,6%, a 78,05 dólares por barril, enquanto os futuros do petróleo West Texas Intermediate dos EUA subiram 0,67 dólar, ou 0,9%, a 74,38 dólares por barril.
No fechamento da sessão de quinta-feira, 3, a cotação do petróleo saltou mais de 5%, após o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, dizer que a possibilidade de Israel bombardear instalações petrolíferas do Irã estava sendo discutida com representantes israelenses.
"Qualquer conflito no Oriente Médio, principalmente envolvendo o Irã, causa muita instabilidade na oferta mundial de petróleo. O Irã é o terceiro maior produtor da OPEP, e qualquer interrupção em seu fornecimento pode elevar significativamente os preços", explica Sidney Lima, Analista CNPI da Ouro Preto Investimentos.
Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike, pondera que a situação ainda não é de pânico generalizado, mas qualquer escalada significativa poderia ter um impacto profundo nos preços do petróleo e nas cadeias de suprimentos globais. "A retaliação de Israel ao Irã será um fator determinante, mas é importante notar que os confrontos entre os dois países não são novos".
Cenário para inflação
Esse aumento no preço do petróleo afeta diretamente a inflação global, elevando os custos do combustível e da energia. Analistas do mercado apontam que esse aumento poderia pressionar a inflação interna, o que poderia influenciar o Banco Central a manter uma postura mais rígida em relação à taxa Selic, atualmente em 10,75% ao ano.
A inflação global poderia também reduzir o crescimento econômico, afetando o comércio exterior e os investimentos no Brasil. “Com o petróleo mais caro, os custos de produção e transporte aumentam, o que pode levar a uma pressão inflacionária global, reduzindo o poder de compra dos consumidores e freando o crescimento econômico em várias regiões”, diz Volnei Eyng.