Trabalhadores que recebem mais de dois salários mínimos, ou seja, mais de R$ 2.640, receberão R$ 15,60 a mais na folha de pagamento a partir deste mês. O 'dinheiro extra' se deve ao aumento na faixa de isenção do Imposto de Renda (IRPF), que alterou as outras faixas de renda para o imposto retido na fonte.
Segundo cálculos realizados pela Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco), quem recebe acima de R$ 2.640 terá um acréscimo de R$ 15,60 no pagamento mensal líquido a partir de maio, quando a medida provisória que alterou a isenção entrou em vigor.
Na regra anterior, a faixa de isenção do IR era de até R$ 1.903,98 por mês. O patamar foi aumentado pelo governo para R$ 2.112, que também determinou que haverá um desconto mensal de R$ 528 direto na fonte — ou seja, no imposto que é retido do empregado. Na prática, somando os dois valores, quem ganha até R$ 2.640 não pagará IR — nem na fonte, nem na prestação de contas anual.
O cálculo considera a "sistemática de funcionamento da tabela do IR" e se reflete na parcela a deduzir, segundo a associação. Mesmo que a alteração seja apenas na faixa de isenção, o efeito cascata acaba atingindo todas as faixas.
Ou seja, se o contribuinte se enquadra na faixa 3 e recebe de R$ 2.826,66 a R$ 3.751,05, a parcela a deduzir passou de R$ 354,80 (na tabela anterior) para R$ 370,40 com a regra atual, fazendo com que o imposto retido na fonte seja menos R$ 15,60 do que era antes.
Isso vale para todos aqueles que ganham acima de dois salários mínimos, já que quem ganha até R$ 2.640 está isento do Imposto de Renda. Empregados, autônomos, aposentados, pensionistas e outras pessoas físicas que recebam até este valor também não serão tributados pelo Imposto de Renda já a partir deste mês.