A Câmara Municipal de São Paulo aprovou um aumento de quase 40% nos salários dos vereadores, gerando reações mistas na sociedade e reacendendo o debate sobre a valorização dos representantes políticos.
No dia 12 de novembro de 2024, a Câmara Municipal de São Paulo aprovou um aumento significativo nos salários dos vereadores, que passará a valer a partir de 2025. O reajuste, que foi aprovado em uma votação simbólica e rápida, resultará em um aumento de quase 40% nos vencimentos, elevando o salário mensal dos parlamentares de R$ 18.991,68 para R$ 24.754,79 em janeiro e, posteriormente, para R$ 26.080,98 a partir de fevereiro. Essa mudança se deve ao fato de que os salários dos vereadores estão atrelados aos dos deputados estaduais, que também aprovaram um aumento.
O projeto de resolução foi apresentado pela Mesa Diretora da Câmara, presidida pelo vereador Milton Leite, do partido União. A votação não exigiu sanção do prefeito Ricardo Nunes, pois se trata de uma matéria que regulamenta aspectos internos da Câmara Municipal. A justificativa apresentada para o aumento foi a necessidade de corrigir os salários em relação à inflação acumulada desde o último reajuste, que ocorreu em dezembro de 2016. No entanto, críticos apontam que o aumento está abaixo da inflação acumulada de 47,34% no período entre janeiro de 2017 e outubro de 2024.
A aprovação do aumento gerou reações mistas na sociedade. Enquanto alguns defendem que a atualização é necessária para garantir condições adequadas de trabalho aos vereadores e acompanhar a inflação, muitos cidadãos expressaram indignação diante do contexto econômico desafiador que o Brasil enfrenta. A decisão reacendeu o debate sobre a valorização dos representantes políticos em contraste com as dificuldades financeiras enfrentadas pela população.
Com esse reajuste, São Paulo se torna uma das cidades com os maiores salários para vereadores no Brasil, empatando com outras capitais que também definiram aumentos semelhantes. A medida evidencia uma tendência observada em diversas cidades brasileiras onde os parlamentares buscam ajustes salariais baseados na inflação e na equiparação com os deputados estaduais.
A discussão sobre a remuneração dos vereadores reflete não apenas questões fiscais, mas também a percepção pública sobre a responsabilidade e a eficiência da classe política em tempos de crise econômica. A decisão da Câmara Municipal levanta questões sobre como os representantes eleitos devem equilibrar suas necessidades financeiras com as realidades enfrentadas pelos cidadãos que representam.
Assista ao vídeo com o comentário de André Forastieri.
(*) André Forastieri é jornalista, empreendedor, Top Voice LinkedIn e fundador da plataforma Homework. Se você curtiu esse vídeo e quer receber conteúdos exclusivos, assine sua newsletter aqui, é grátis: andreforastieri.com.br.