Os planos de saúde empresariais devem ter neste ano reajuste médio de 25%. Esse percentual é três vezes maior que a inflação oficial do País, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Os reajustes de planos de saúde empresariais têm crescido desde 2018. Em 2023, enquanto os preços em geral aumentaram 4,8%, a inflação médica subiu 14,1%, mais do que a média global, de 10,1%, segundo dados da consultoria AON, que mediu os custos dos insumos médicos no ano passado em 113 países.
Esse aumento tem sido criticado por especialistas no assunto. "Nenhuma aposta fora de 20% a 25% para o reajuste em 2024 parece boa neste exato momento", comentou Luiz Feitoza, sócio da consultoria Arquitetos da Saúde.
O motivo dos aumentos, aponta análise da Arquitetos da Saúde, está nas perdas de receitas desde início da pandemia. Em 2020, muitos procedimentos (como cirurgias eletivas, consultas e exames) foram suspensos para abrir espaço ao tratamento de pacientes com covid-19.
Embora o volume de atendimentos de doentes tenha sido alto no período, houve uma queda considerável nos custos em relação a outros procedimentos que deixaram de ser feitos. “Entre 2021 e 2022, o mercado ganhou cerca de 2 milhões de novos usuários, mas que pagaram preços irrealistas pelos planos”, explica Feitoza.
Planos e remédios mais caros
Não são só os planos de saúde que devem subir, os remédios também ficarão mais caros este ano com o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) mais alto. Dez Estados brasileiros e o Distrito Federal decidiram aumentar a alíquota do ICMS neste ano.
Todas as categorias de remédios terão os valores reajustados com o aumento do imposto e esse não será o único. Em março, haverá outro aumento em função do reajuste anual definido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed), que é autorizado pelo governo.