O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira, 13, que deve discutir eventual redução de impostos para a linha branca com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em despacho nesta sexta-feira. Lula afirmou na quarta-feira, 12, em cerimônia de reabertura do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, que pensa em baixar os impostos dos eletrodomésticos. Em 2009, o governo do PT já havia reduzido o IPI para alguns eletrodomésticos da linha branca (como geladeiras e lavadoras de roupa).
Segundo Haddad, o presidente não havia conversado com ele sobre o tema antes de dar esta declaração. "Amanhã tenho despacho com Lula e linha branca deve ser tema", disse em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, da RedeTV. Questionado sobre a possibilidade de o governo lançar um novo programa com reduções de impostos para a linha branca, o ministro disse que é preciso "encontrar espaço" fiscal para a ação.
Neste ano, o governo já lançou um programa automotivo, que foi ampliado para R$ 1,8 bilhão, para permitir a compra de carros populares, ônibus e caminhões menos poluentes. Haddad já descartou uma nova ampliação da ação justificando que não há espaço fiscal.
Setor prepara projeto
Após o presidente Lula sugerir a reedição de um programa de incentivo à compra de eletrodomésticos da linha branca, o presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), Jorge Nascimento, disse ao Estadão/Broadcast que o setor trabalha em uma proposta de política pública para substituição de aparelhos desse segmento. O mote é melhorar a eficiência energética do País, enquanto se estimula um setor desgastado no último ano.
"Já conversamos com alguns ministérios e a proposta está em construção no setor. Dentro de 40 dias devemos ter algo mais estruturado", disse Nascimento. Ainda durante o processo de votação da Medida Provisória que retomou o programa Minha Casa Minha Vida, o setor tentou emplacar a disponibilização, custeada pelo Governo, de eletrodomésticos para os beneficiários da faixa 1 do programa, bem como crédito subsidiado para a aquisição desses bens duráveis em outras faixas de renda do MCMV.
"A discussão surgiu próximo à aprovação da MP e ficaram muitas pontas soltas. No entanto, como o governo recebeu bem, começamos a pensar na construção de uma política pública para isso", explica Nascimento.