A expectativa de que a reforma da Previdência seja aprovada com uma margem folgada de votos no plenário da Câmara antes do recesso parlamentar, ou até mesmo já nesta semana, sustentou a alta da bolsa nesta segunda-feira, 8, apesar das quedas dos índices em Nova York, com os investidores atentos às articulações finais do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). As estimativas de votos favoráveis à proposta informadas por algumas lideranças variam entre 330 e 340, acima, portanto, dos 308 necessários para que o projeto passe.
O Ibovespa terminou o dia com ganho de 0,42%, aos 104.530,22 pontos, em um novo recorde. O volume de negócios ficou abaixo da média, ao somar R$ 12,48 bilhões, em uma segunda-feira mercada por noticiário esvaziado e que antecede o feriado paulista de 9 de junho, que celebra a Revolução Constitucionalista de 1932.
Enquanto Maia se articula em reuniões pela reforma, algumas estimativas de votação vão sendo relatadas por lideranças. A mais recente foi divulgada nesta segunda pela líder do governo no Congresso, a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), que disse acreditar em uma aprovação do projeto com um pouco mais de 340 votos. No domingo, o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, falou em 330.
"Os números gerais apontam para uma folga na aprovação, o que vai gerando certa tranquilidade no mercado", afirmou o analista da Toro Investimentos Daniel Herrera, que acredita que o Ibovespa deve superar os 105 mil pontos nesta semana. "O Maia está se mexendo para articular a reforma entre terça e quarta-feira, para votar o texto em dois turnos no plenário antes do recesso parlamentar (que começa em 18 de junho), e o mercado acompanha com bom humor. Aparentemente, as coisas avançam", avalia.
Estimativas do próprio mercado financeiro também indicam uma votação folgada. Cálculo feito pela gestora Gauss Capital, que tem feito um monitoramento de cada um dos deputados, mostra que 340 deles tendem a votar a favor da reforma (atualizado no último dia 4), próximo do número dado por Joice Hasselmann.
Há, inclusive, a confiança de que a reforma seja votada até sexta-feira, com uma semana de antecedência em relação ao início do recesso. "A expectativa nunca foi tão positiva", afirma o economista-chefe da Ativa Investimentos, Carlos Tadeu de Freitas Gomes Filho. "Esperamos uma votação em dois turnos para esta semana, com alguma folga na aprovação", diz.
No noticiário corporativo, o destaque ficou por conta da Petrobras, que encerrou o dia com altas de 0,91% (PN), perto da máxima, e 1,91% (ON), na máxima, após o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) informar, antes do fim do pregão, que firmou acordo com a estatal para a venda de ativos no mercado de gás. Os detalhes do acordo ainda não foram divulgados.