O presidente Jair Bolsonaro tem suas "percepções" sobre alterações na reforma da Previdência para beneficiar as forças de segurança e entende as peculiaridades das carreiras, mas entende que nesse momento é de responsabilidade dos deputados fazer ou não alterações na proposta, disse nesta segunda-feira o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros.
Na última semana, depois de ter sido chamado de traidor por policiais federais, o presidente defendeu alterações no texto para beneficiar a categoria. No entanto, a comissão especial não aprovou destaques para flexibilizar as regras da categorias.
"O presidente tem as suas percepções pessoais, mas no momento entende que a Câmara dos Deputados, capitaneada e liderada fortemente pelo deputado Rodrido Maia (DEM-RJ), há de entender essas percepções e, se assim, a partir desse entendimento, se estiver alinhado com o presidente, há de fazer grandes ou pequenas modificações. Mas entende que nesse momento é de responsabilidade dos deputados a aprovação da reforma", disse o porta-voz.
Segundo Rêgo Barros, o presidente fez questão de ratificar a "importância que ele atribui ao trabalho dos órgãos de segurança pública", especialmente os federais, e que entende suas "peculiaridades". Mas, reforçou o porta-voz, é a Câmara que tem o "condão" para decidir o que é melhor neste momento.
Emendas
O porta-voz confirmou ainda que os ministros da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, estão trabalhando para "atender eventuais necessidades" de parlamentares sobre as emendas impositivas, mas disse desconhecer valores.
Segundo fontes ouvidas pela Reuters, o governo prometeu a liberação do pagamento de emendas no valor de 20 milhões por deputado que votar a favor da reforma.