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Relator diz que texto do arcabouço fiscal está pronto e que será apresentado a líderes esta noite

Se houver consenso em reunião, relatório poderá ser divulgado ainda nesta segunda-feira; ainda não há prazo para votação da urgência e mérito da proposta na Câmara

15 mai 2023 - 17h39
(atualizado às 19h12)
O deputado Cláudio Cajado
O deputado Cláudio Cajado
Foto: Divulgação/Câmara dos Deputados

BRASÍLIA — O relator do novo arcabouço fiscal na Câmara, deputado Cláudio Cajado (PP-BA), afirmou ter finalizado o relatório da proposta, após sugestões feitas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na manhã desta segunda-feira, 15, durante reunião na residência oficial do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). Ele evitou, no entanto, antecipar pontos do texto.

Questionado pela reportagem se o texto será divulgado nesta segunda à imprensa, Cajado disse que depende da reunião com os líderes marcada para esta noite, às 19h. Haddad também irá participar do encontro.

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Se houver consenso, de acordo com Cajado, pode haver uma divulgação do relatório. Sem consenso, o relator precisará encaminhar as sugestões propostas. Também não há prazo para votação da urgência e mérito da proposta no plenário da Câmara.

Mais cedo, Cajado confirmou que o texto terá previsão de acionamento dos chamados "gatilhos" (travas de gastos) em caso de descumprimento da meta - ou seja, o governo ficará proibido de fazer uma série de novas despesas. O texto inicial enviado pela equipe econômica prevê que, caso a meta não seja atingida, a despesa poderá crescer apenas 50% da variação das receitas, em vez de 70% - mas não discrimina as medidas que o governo terá de tomar para reduzir gastos.

"Essa questão de você ter medidas, gatilhos e 'enforcement' (fazer cumprir a regra) é necessária", disse o relator. Ele falou, no entanto, que não haverá inclusão de crime de responsabilidade no texto. "Essa parte de criminalização, essas outras questões, elas ficam de fora do texto até porque é outra legislação e nós não estamos nos debruçando sobre ela."

Em reunião com a equipe econômica nesta manhã, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou querer preservar os gastos com a política de valorização do salário mínimo e o reajuste do Bolsa Família no novo arcabouço fiscal. Segundo apurou o Estadão/Broadcast, Lula concordou com a inclusão de gatilhos para frear o aumento de despesas caso o governo não cumpra a meta fiscal estipulada (saldo entre receitas e despesas, sem contar os juros da dívida), mas pediu que os dois programas sejam blindados das sanções.

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