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Resultados de empresas reforçam PIB fraco no Brasil no 1º tri

Companhias estão classificando a situação como "estranha" e "desafiadora"

25 abr 2014 - 15h34
(atualizado às 15h34)

Os primeiros resultados de companhias brasileiras líderes de vários setores entre janeiro e março dão força à avaliação de que a economia do país começou o ano devagar, com empresas classificando a situação com adjetivos como "estranha" e "desafiadora".

Em vez de produzir mais aço, a Usiminas resolveu vender mais energia para aproveitar os elevados preços da eletricidade no curto prazo. O Bradesco teve fraca expansão do crédito e aumento da inadimplência futura. Enquanto isso, a produtora de celulose Fibria manteve a produção de um ano atrás, enquanto construtoras seguiram desovando estoques de imóveis e a fabricante de cosméticos Natura citou ambiente "mais desafiador" e reiterou investimento menor neste ano.

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Os dados saíram dias após o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), espécie de prévia do Produto Interno Bruto (PIB), mostrar forte desaceleração da economia brasileira em fevereiro, sinalizando um ano difícil. No mês, o índice avançou 0,24% sobre janeiro depois de expansão de 2,35%em janeiro.

"O primeiro trimestre de forma geral foi fraco. A indústria teve desempenho bastante limitado. Quando olhamos para o consumo ampliado, também foi bastante fraco em fevereiro e deve ter continuado fraco em março", disse Alessandra Ribeiro, economista e sócia da consultoria Tendências. "Não dá para ser muito otimista (...) Vemos corrosão de renda real, que mina o consumo e isso tem consequências na produção", disse Alessandra.

As indicações para o segundo trimestre não são positivas. A Usiminas, importante fornecedora das montadoras de veículos, espera queda de produção do setor, diante de anúncios de suspensão de contratos de trabalho. A Volkswagen, por exemplo, vai afastar mais de mil funcionários de suas fábrica em São Bernardo do Campo (SP) e São José dos Pinhais (PR) por até cinco meses.

"Está todo mundo apreensivo com a economia, vamos ter algo parecido com o ano passado", disse o presidente-executivo da companhia de logística JSL, Fernando Simões. Outro dado que corrobora com a informação foi divulgado nesta semana pela comercializadora e gestora de energia Comerc, que apontou a primeira queda anual e mensal no consumo de energia elétrica da indústria atendida pela empresa, responsável pela gestão de 13% da carga de eletricidade de consumidores livres do Brasil.

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"O segundo trimestre deve continuar morno. Acreditamos que o segundo trimestre será melhor que o primeiro. No entanto, há dúvidas em relação à Copa do Mundo em junho, ninguém sabe a paralisação da economia que isso vai gerar em termos de feriados", disse Simões.

Com vários setores sem conseguir fazer projeções para os próximos meses, a produtora de papel Klabin afirmou nesta quinta-feira que a economia brasileira está "estranha", mantendo soluços de demanda, o que tem feito a empresa apostar mais em exportações do que no mercado interno. "A economia, a cada semana se revela de forma diferente, com uns clientes diminuindo a demanda e outros aumentando, de maneira um tanto quanto surpreendente", disse o diretor-geral da Klabin, Fabio Schvartsman. "A economia está estranha, essa é a melhor maneira de se referir a ela." 

No varejo o sentimento é parecido. O Índice Antecedente de Vendas do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IAV-IDV) apontou uma aceleração de vendas em abril e maio, que será seguida por ritmo menor em junho. Empresas como Cia Hering e Electrolux, por exemplo, têm visto um mercado mais fraco que o esperado no Brasil neste início de ano.

A Cia Hering, uma das maiores redes de varejo de moda do país, viu um primeiro trimestre "um pouco mais difícil" do que a empresa esperava para este ano, disse à Reuters o diretor financeiro da companhia, Frederico Oldani. A Cia Hering divulgou na noite da véspera queda nas vendas em lojas físicas e também no canal online.

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"A gente... acha que pode ter volatilidade principalmente nas vendas em lojas, ainda não está claro quantos dias de vendas serão perdidos (por causa da Copa)", disse Oldani. Já a gigante mundial de eletrodomésticos Electrolux afirmou nesta sexta-feira que o Brasil, seu segundo maior mercado, permanece com performance fraca. O presidente-executivo da companhia sueca, Keith McLoughlin, acredita que a demanda continuará caindo no Brasil no segundo trimestre, embora ele espere uma recuperação na segunda metade do ano.

Reuters - Esta publicação inclusive informação e dados são de propriedade intelectual de Reuters. Fica expresamente proibido seu uso ou de seu nome sem a prévia autorização de Reuters. Todos os direitos reservados.
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