O risco-país medido pelo CDS (espécie de seguro contra calote) desceu ao menor patamar do ano nesta quarta-feira (30) e alcançou 357 pontos com o otimismo dos investidores com o cenário político e a percepção de que o impeachment de Dilma Rousseff ganha força.
“O que também explica um pouco dessa melhora é que houve um exagero no risco-país”, explica Pablo Stipanicic Spyer, diretor de operações da Mirae Asset Wealth Management.
Spyer lembra que a máxima do CDS (Credit Default Swap) brasileiro de 5 anos foi alcançada em janeiro, influenciada pelas seguidas perdas do grau de investimento pelas três agências de rating e as manifestações nas ruas. “Com esse imbróglio houve uma exacerbação do risco-país”, explica Spyer.
Risco deve diminuir
O risco-país deve recuar ainda mais nas próximas semanas, com ou sem impeachment da presidente Dilma Rousseff, segundo Pablo Spyer.
“O CDS não estava bem colocado em 500 pontos. Independentemente do que aconteça, haverá realização desse risco. Está acontecendo um processo de normalização”, explica.
Spyer explica que os fundamentos econômicos não sofreram mudanças drásticas e não há razão para um movimento de alta exagerado no CDS.
“O nível correto seria abaixo de 300 pontos”, prevê Spyer, explicando que “não existe possibilidade de calote da dívida externa” e que a alta recente do CDS “foi muito mais especulativa do que técnica”.