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RJ: Exército faz segurança do hotel onde será leilão do pré-sal

20 out 2013 - 18h15
(atualizado às 18h26)

Homens do Batalhão de Guarda, tropa de elite do Exército, com escudos, viseiras e usando uma espécie de armadura, além de armas não letais, estão enfileirados em frente ao Windsor Hotel Barra, na Avenida Lúcio Costa, altura do Posto 3, na Barra da Tijuca, desde as primeiras horas da madrugada. O efetivo conta com cerca de 40 militares e quatro cães rottweilers adestrados. Uma lancha da Marinha dá apoio à operação, fazendo patrulhamento no mar.

A rotina do hotel não foi modificada e os hóspedes e turistas podem chegar e entrar normalmente. As pessoas também estão podendo passar na calçada do hotel, sem qualquer tipo de abordagem. Os carros que chegam com hóspedes estacionam sem problemas em frente à portaria. Dois carros da Polícia Federal - do Grupo Antibombas e do canil da corporação - chegaram por volta das 14h30 deste domingo para fazer a varredura no local, onde ocorrerá o leilão do Campo de Libra nesta segunda-feira, a partir das 14h.

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O guardador autônomo Antonio Marcos Gomes, 43 anos, que trabalha no estacionamento em frente à praia, ao lado do hotel, há mais de 20 anos, disse que "a escolta está forte. Chega a impressionar". "Não há quem se atreva a fazer encrenca aquí", disse referindo-se ao aparato militar destacado para a área.

Homens do Batalhão de Guarda, tropa de elite do Exército, portam escudos, viseiras, uma espécie de armadura, além de armas não letais
Homens do Batalhão de Guarda, tropa de elite do Exército, portam escudos, viseiras, uma espécie de armadura, além de armas não letais
Foto: Tânia Rêgo / Agência Brasil

Os donos dos dois quiosques instalados na orla, quase em frente ao Windsor Hotel, estão prevendo prejuízo para amanhã, porque já foram avisados de que não poderão abrir para o público, uma vez toda a área será cercada por grades de ferro, que se estenderão até a areia da praia. Há uma margem de segurança de mais de 1.000 metros que será ocupada pelas forças de segurança para evitar a aproximação de manifestantes. Até mesmo os banhistas vão ficar impedidos de usar a faixa da areia no local.

O general Nolasco, comandante da 9ª Brigada de Infantaria Motorizada, responsável pela segurança do Exército no local, disse que a faixa de areia pode ser ocupada ou não. "São contingências. Tanto pode fechar como não", mas isso já está no planejamento feito pelo Ministério da Defesa.

Funcionário do Quiosque Vinicius, Arnaldo Rufino dos Santos disse que o prejuízo amanhã será grande. "Por ser Dia do Comerciário, a praia ficaria cheia e vamos deixar de ter um lucro de cerca de R$ 1,5 mil. O Exército já esteve aqui e avisou que não é para abrir. Isso [o leilão] era para ser feito no Riocentro, uma área mais reservada", lamentou.

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Leandro Pereira, dono do Quiosque Paco's, que fica ao lado, disse que o lucro de cerca de R$ 2 mil vai embora. "Vou deixar de ganhar. Por outro lado, fico mais tranquilo. Esses mascarados poderiam vir para cá e começar a quebrar tudo. Agora, fazer isso [leilão] aqui na Barra? Tinha que ser em Brasília", opinou.

Manifestações

A Agência Brasil informa que as tropas estão preparadas para agir em caso de manifestações, convocadas por petroleiros em greve, por movimentos sociais contrários ao leilão e por grupos black blocs. Os últimos convocaram, pelas redes sociais, atos na Barra da Tijuca e no Centro do Rio nesta segunda.

Já os trabalhadores da indústria do petróleo - que no domingo completaram seu quarto dia de paralisação - devem protestar em Brasília. Eles se opõem ao leilão do pré-sal, reivindicam reajustes salariais e criticam um projeto de lei, em trâmite no Congresso, que amplia a terceirização de mão de obra no país.

A licitação tem sido temas de grandes debates e polêmicas, com seus seus críticos se dividindo em dois grupos. O primeiro inclui alguns movimentos sociais, sindicatos, especialistas, acadêmicos e alguns políticos que criticam a própria realização do leilão por considerar que seria um erro dividir com empresas estrangeiras os retornos da reserva.

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No segundo grupo de críticos estão analistas de mercado, consultores e especialistas que veem um problema oposto no novo modelo de exploração: um excesso de intervenção do Estado. Muitos questionam a capacidade administrativa, tecnológica e financeira da Petrobras de fazer os investimentos que lhe serão exigidos, pelo fato de ela participar em todos os projetos.

Outros questionam a capacidade da indústria nacional fornecer, no curto prazo, os bens e serviços especializados que garantiriam o cumprimento dos requerimentos de conteúdo nacional nas operações do campo.

Fonte: Com informações da BBC
Agência Brasil
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