BRASÍLIA - As contas do governo registraram déficit primário de R$ 505,187 bilhões de janeiro a julho deste ano, o pior desempenho da série histórica, iniciada em 1997. O resultado reúne as contas do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central.
O rombo recorde está relacionado ao aumento de despesas para combater a pandemia do novo coronavírus e à queda na arrecadação diante do tombo na atividade econômica e do adiamento no prazo de pagamento de impostos. Em relação ao mesmo período de 2019, houve queda de 17% nas receitas e avanço de 45% nas despesas em termos reais.
Para este ano, a meta fiscal admitia déficit primário de até R$ 124,1 bilhões. Entretanto, a aprovação pelo Congresso do decreto de calamidade pública para o enfrentamento da pandemia autoriza o governo a descumprir essa meta em 2020. Em 2019, o rombo do governo central ficou em R$ 95,065 bilhões.
Somente em julho, as contas do governo apresentaram um rombo de R$ 87,835 bilhões, o pior resultado mensal da história para este mês. No mesmo período de 2019, o déficit fiscal somou R$ 5,934 bilhões.
O rombo do mês passado foi menor que as expectativas do mercado financeiro, cuja mediana apontava um déficit de R$ 94,35 bilhões, de acordo com levantamento do Projeções Broadcast com 20 instituições financeiras.
Em julho, as receitas tiveram queda real de 20% em relação a igual mês do ano passado. As despesas subiram 45% na mesma comparação, já descontada a inflação, devido ao aumento dos gastos para fazer frente à pandemia do coronavírus.
Em 12 meses, o governo central apresenta déficit de R$ 567,4 bilhões - equivalente a 7,87% do PIB.