Insuficiências de capital reveladas em alguns bancos numa verificação de saúde bancária na Europa são apenas a "ponta do iceberg", disse nesta quarta-feira o membro do Conselho de Supervisão do Banco Central Europeu (BCE), Ignazio Angeloni, sugerindo que problemas mais profundos podem estar à frente.
Ele disse que enquanto as análises regulatórias deste ano sobre os bancos focaram em níveis de capital, os supervisores do BCE passarão a olhar agora "as raízes dos problemas".
"Isso tem a ver com modelos de negócios, o contexto de negócios, governança corporativa e sistemas de controle interno dos bancos, administração de risco de crédito e risco operacional", disse Angeloni numa conferência do setor bancário.
"Também precisamos considerar que em muitos casos a falta de capital é apenas a ponta do iceberg", disse ele.
Após sujeitar os bancos europeus a "testes de estresse" de seus balanços contábeis durante o ano, o BCE agora planeja um exame mais profundo para ver se os negócios são suficientemente lucrativos, eficientes e bem administrados.
Treze bancos, incluindo quatro na Itália, fracassaram nos testes de estresse, cujos resultados foram publicados no fim de outubro, e precisam preencher um rombo de capital totalizando 9,5 bilhões de euros, embora alguns já tenham adotado medidas para fechar o déficit.
O banco italiano Monte dei Paschi di Siena saiu como o banco com o maior rombo corrente, de 2,1 bilhões de euros, e como outros bancos enviaram um plano ao BCE explicando como fechará a lacuna.
Angeloni disse que o BCE pediu a alguns dos bancos que apresentaram um plano de capital que façam "ajustes".