Nesta terça-feira, 8, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado deve sabatinar o economista Gabriel Galípolo para presidência do Banco Central (BC). O indicado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve ter o seu nome aprovado com folga pelo conjunto de senadores, em linha com a tradição de indicados deste século.
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Escolhido como substituto de Roberto Campos Neto, atual presidente do BC, o nome de Galípolo -- mesmo sendo aprovado no CAE nesta terça-feira -- ainda precisará ser confirmado em votação no Plenário, com data a definir. O mandato do próximo presidente do BC terá início em 1º de janeiro, para um período de quatro anos.
Galípolo é o atual diretor de Política Monetária do Banco Central. Natural de São Paulo (SP), tem 42 anos e foi secretário-executivo do Ministério da Fazenda no início da gestão de Fernando Haddad. Ele tem graduação e mestrado em economia pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), já atuou como professor universitário (2006 a 2012) e foi presidente do Banco Fator (2017 a 2021).
Confira a seguir a votação que cada indicado para a presidência do BC recebeu neste século
Armínio Fraga
Armínio Fraga foi indicado no início do segundo governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). Após uma sabatina que durou nove horas — com mais de 100 perguntas feitas por 39 senadores — o nome do economista foi aprovado por 21 a 6 no CAE. No Plenário, obteve 57 votos a favor e 20 contrários. Fraga exerceu a presidência do Banco Central entre março de 1999 e janeiro de 2003.
Henrique Meirelles
Meirelles teve sua indicação assinada por Fernando Henrique Cardoso, na conclusão do seu mandato, em 2002. Na CAE, Meirelles foi aprovado por 21 votos a 5. No Plenário, nome do economista foi aprovado por 39 a 12. Houve uma abstenção. Ele chefiou o banco entre o final de 2002 e o começo de 2011.
Alexandre Tombini
Alexandre Tombini assumiu o Banco Central na gestão da presidente Dilma Rousseff (2011-2016). O nome do economista foi aprovado com folga no CAE: foram 22 votos a favor e apenas um contrário. No Plenário, ele recebeu 37 votos a favor e 7 contrários. Tombini chefiou o BC entre 2011 e 2016.
Ilan Goldfajn
O economista Ilan Goldfajn foi indicado para comandar o Banco Central durante o processo de impeachment de Dilma Rousseff. Sua indicação partiu do vice-presidente Michel Temer, que depois assumiria o cargo de presidente em definitivo. Goldfajn teve seu nome aprovado na CAE por 19 votos a 8. No Plenário, foram 56 votos a favor e 13 contrários. Ele ficou no cargo até fevereiro de 2019.
Roberto Campos Neto
O atual presidente do BC, Roberto de Oliveira Campos Neto tem longa trajetória no sistema financeiro. A autonomia operacional do Banco Central foi defendida por Roberto Campos Neto durante sua sabatina na CAE, no início de 2019, quando teve seu nome aprovado por unanimidade (26 votos). No Plenário, ele obteve 55 votos a favor e 6 contrários.