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Saiba como investir ou renegociar dívidas com o 13º salário

Abater ou quitar dívidas deve ser a primeira decisão ao receber a primeira parcela, apontam especialistas

27 nov 2018 - 18h26
(atualizado às 18h56)

Até dezembro, o pagamento do 13º salário deve injetar na economia brasileira mais de R$ 211,2 bilhões, de acordo com Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Com a chegada da remuneração às contas bancárias, muitos brasileiros enxergam no dinheiro extra uma oportunidade para renegociar o que devem.

Segundo uma pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas e do SPC Brasil, 17% dos trabalhadores pretendem usar a remuneração para pagar dívidas em atraso. Mas na hora de negociar com os credores e conseguir bons descontos, é preciso tomar algumas precauções.

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Saiba como pagar dívidas com o 13º
Saiba como pagar dívidas com o 13º
Foto: DouceFleur / iStock

Até o final de 2018, cerca de 84,5 milhões de brasileiros receberão o décimo terceiro, segundo o Dieese. Para o professor de Finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP) Fábio Gallo, o momento é propício tanto para as empresas quanto para quem quer renegociar as dívidas.

"Os credores estão propensos à negociação para que o nome da pessoa esteja limpo a tempo de conseguir fazer compras. Por outro lado, com o décimo terceiro na mão, a pessoa tem uma chance de ter um valor inicial maior para poder negociar".

Em setembro, 62,4 milhões de brasileiros estavam inadimplentes, segundo a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas. O equivalente a 40% da população adulta acima de 18 anos.

Para saber como administrar o décimo terceiro sem ceder a impulsos de compra ou tomar decisões financeiras equivocadas, o Estado separou dicas de três especialistas em planejamento: Luiz Correa (da Planejar), Michael Viriato, coordenador do Laboratório de Finanças do Insper; e Fabio Gallo, da Fundação Getúlio Vargas.

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Para quem está endividado

O professor de Finanças Fábio Gallo destaca que o primeiro passo para renegociar uma dívida é saber exatamente o valor devido. "Por incrível que pareça, tem muita gente que não sabe quanto deve", aponta.

Para isso, é preciso procurar o credor e pedir a discriminação da dívida por escrito. "Esse papel explica o motivo pelo qual a pessoa deve, o valor dos juros e a quantia principal, além de ter uma condição legal".

Gallo aconselha ser bastante cauteloso para conferir os valores apresentados pelo credor. Caso o devedor não conheça o suficiente de matemática financeira para refazer as contas, o professor recomenda a ajuda de especialistas, como consultores e planejadores financeiros ou, até mesmo, de órgãos públicos como o Procon.

"Muitas vezes, os cálculos podem estar errados, propositalmente ou não. Além do famoso SCC - o se colar, colou. Então, confira os valores".

Com as contas certas, o próximo passo é analisar e definir o quanto o devedor pode pagar. Essa estratégia é válida não somente para ajudar a definir um valor para a negociação, mas também para que a pessoa que vai renegociar consiga quitar as dívidas e não acabe contraindo mais despesas.

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Passo a passo para pagar a dívida

- Pague primeiro as dívidas mais caras. As dívidas que envolvem grandes quantias também cobram mais juros, quanto antes o consumidor abatê-las, menos dinheiro vai gastar.

- Atenção para as dívidas do cartão de crédito, ainda que não sejam o maior montante, os juros costumam ser os mais altos e, portanto, as dívidas se tornam mais caras

- Não deixe de amortizar dívidas altas porque o valor do décimo terceiro não é suficiente para abatê-las. Dificilmente algum investimento vai render acima dos juros desse débito.

- Use o décimo terceiro como instrumento de negociação. Não aceite qualquer proposta, invista em tempo para encontrar condições melhores.

- Cuidado com a antecipação de parcelas de financiamentos, ou mesmo de aluguéis, essas negociações só compensam se o credor diminuir consideravelmente os juros. Nesse caso, é preciso fazer contas e não se deixar levar pela ansiedade de se livrar do compromisso das parcelas

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- Se o décimo terceiro for a sua única reserva, às vezes é melhor guardá-lo para emergências em vez de pagar uma parcela antecipada.

Para quem quer guardar dinheiro

- Dinheiro reservado para emergências podem ser investidos com liquidez diária, do tipo que o investidor pode reaver seu dinheiro em até um dia.

- Mesmo em uma situação de desemprego, uma liquidez de 30 dias é suficiente para resgatar investimentos. A dica aqui é ter a quantia de até 6 meses de seus custos guardados em títulos desse tipo.

- Diversifique seus investimentos sempre que possível. Em razão do valor recebido no décimo terceiro, muitas vezes não é possível fugir do Tesouro Direto, mas vale lembrar que algumas corretoras reduziram os aportes para alguns investimentos no mês de novembro.

Para quem quer assumir riscos maiores

- Não comece com grandes quantias. Para se adaptar, é preciso se educar com valores menores

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-Entenda que o tempo e a paciência são fundamentais para conseguir bons resultados, e não se desespere com as primeiras perdas

- Fundos multimercados são a primeira indicação dos especialistas, eles envolvem riscos moderados e não exigem alto conhecimento no mercado

- Fundos de ações são um segundo passo. Antes de se arriscar sozinho no mercado de ações, essa pode ser uma oportunidade para aprender mais. Lembrando que se o investidor não tiver conhecimento ou tempo, os planejadores indicam seguir nos fundos.

Quem recebe o décimo terceiro?

Tem direito a receber a remuneração todos os trabalhadores com carteira assinada, inclusive os empregados domésticos, os beneficiários da Previdência Social e aposentados, os beneficiários de pensão da União dos Estados e dos municípios. A partir de 15 dias trabalhados, o brasileiro ganha o direito de receber a gratificação.

Já os estagiários não têm direito ao décimo terceiro. Por não serem considerados empregados e estarem enquadrados na Lei do Estágio, essa modalidade trabalhista não possui os mesmos direitos dos trabalhadores enquadrados na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

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Como é feito o cálculo do décimo terceiro?

A lei garante que a quantia recebida pelo trabalhador corresponda a um doze avos do salário mensal. Em suma, o brasileiro que tiver direito ao décimo terceiro, receberá um salário extra ao fim de cada ano.

É importante lembrar que o valor recebido será proporcional ao número de meses trabalhados em 2018. O salário integral do trabalhador é dividido por doze e o resultado é multiplicado pelo número de meses trabalhados. Outras gratificações, como horas extras, adicionais noturno e de insalubridade também são adicionados ao cálculo.

Quando é o pagamento da primeira parcela do décimo terceiro?

A gratificação é dividida em duas parcelas. A primeira delas, de acordo com a Lei 4.749, de 12 de agosto de 1965, deverá ser paga entre o dia 1º de fevereiro e o dia 30 de novembro. O restante será pago em uma segunda parcela até o dia 20 de dezembro.

O trabalhador também pode antecipar o pagamento e receber a primeira parcela junto com as férias. Para isso, é preciso que o funcionário faça o pedido junto à empresa no mês de janeiro.

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Confira as dicas:

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