Uma moeda rara de 50 centavos, conhecida como 'mula' ou moeda híbrida, pode valer muito mais do que você imagina. Tudo isso por causa de um erro, uma falha de produção que deixou a moeda com um 5 ao invés de 50.
O equívoco foi percebido rapidamente e as moedas foram recolhidas e devolvidas aos cofres, mas alguns milhares entraram em circulação e se tornaram objeto de desejo de muitos colecionadores que dão atenção a erros de cunhagem.
Infelizmente, essa moeda tem sido falsificada em vários locais na última década, o que tornou sua venda mais difícil, pois muitas moedas falsificadas passaram a ser feitas só para serem vendidas a colecionadores.
Venda de moedas no Brasil
A venda de moedas raras está em um bom momento no Brasil .Após o lançamento das moedas comemorativas das Olimpíadas, muita gente passou a colecionar e comercializar moedas pela internet. Sem dúvidas, esse foi o pontapé inicial para muitos colecionadores amadores se aproximarem de numismatas (estudiosos que se dedicam ao estudo das moedas e peças valiosas).
Hilton Lucio é numismata há quarenta anos e relembra o momento que iniciou sua carreira. “Comecei como a maior parte dos numismatas, colecionando algumas moedas que encontrei na casa da minha avó materna. Quando criança, não sabia que existiam moedas diferentes em outros países e, na medida em que o tempo foi passando, eu comecei a estudar e me interessar cada vez mais pelo assunto”, lembra.
Para quem vender?
Diretor de comunicação da SNB - Sociedade Numismática Brasileira, Oswaldo Rodrigues explica que o valor da moeda tem vários aspectos e alerta que é muito importante entender sobre o assunto e sobre as especificidades de cada peça e como funciona o mercado.
“ A Sociedade Numismática Brasileira recebe diariamente dezenas de oferecimentos de moedas para serem vendidas. Mas, por questões estatutárias e legais, a SNB não compra, não vende e nem avalia peças numismáticas. Os comerciantes serão os compradores de moedas e cédulas que querem as peças que lhes convenham e que estejam em falta para oferecerem aos colecionadores”, completa.
O que torna uma moeda valiosa?
A classificação das moedas valiosas é feita de acordo com o grau de conservação. Na Numismática, é utilizada uma padronização para qualificar moedas em categorias pré-determinadas, segundo seu grau de conservação e desgaste com as seguintes siglas:
- FC (Flor de Cunho) – Sem apresentar o menor sinal de desgaste ou manuseio.
- S (Soberba) – Deve apresentar aproximadamente 90% dos detalhes da cunhagem original.
- MBC (Muito Bem Conservada) – Deve apresentar aproximadamente 70% dos detalhes da cunhagem original, porém seu nível de desgaste deve ser homogêneo.
- BC (Bem Conservada) – Os detalhes da cunhagem original devem aparecer em aproximadamente 50%, admitindo-se que alguns detalhes estejam mais aparentes em determinados setores da moeda do que em outros, principalmente nos detalhes altos da cunhagem, letras e números.
- R (Regular) – Deve apresentar um mínimo de 25% dos detalhes da cunhagem original, com distribuição irregular dos sinais de forte manuseio sobre o campo da moeda e sua orla.
- UTG (Um Tanto Gasta) – Apresenta somente a silhueta da figura principal, e as letras da periferia, quando existirem, quase sendo engolidas pela orla desgastada. Não são colecionáveis, a não ser em casos de moedas extremamente raras.
Oswaldo também comenta que quanto mais parecida com o momento de quando a moeda saiu da máquina cunhadora, melhor para uma coleção. O numismata explica que uma moeda gasta por ter circulado muito não interessa a um colecionador, exceto se estiver na classificação de raridade.
"Sempre pense em menos de 100 moedas disponíveis no mundo, nunca pense que uma moeda é rara quando existem 20 milhões andando de mão em mão por aí. Um fator importante do valor colecionável é o número de moedas que foram produzidas”, explica.