Oferecimento

Saída de dólares do Brasil em 2024, de US$ 15,9 bi, é a terceira maior da série histórica, diz BC

Moeda americana teve valorização de 27% no ano em relação ao real

2 jan 2025 - 15h54

BRASÍLIA - O fluxo cambial do Brasil em 2024, negativo em US$ 15,918 bilhões, marcou a terceira maior saída líquida anual de dólares do País na série histórica do Banco Central, iniciada em 2008. O fluxo anual de moeda estrangeira só foi mais negativo em 2019 e 2020, quando as saídas líquidas atingiram US$ 44,768 bilhões e US$ 27,923 bilhões, respectivamente.

Ao longo de 2024, o dólar se valorizou 27,36% em relação ao real, passando de R$ 4,85 a R$ 6,18. A moeda escalou desde o anúncio do pacote de contenção de gastos do governo Lula, em novembro, considerado pelos analistas como insuficiente para o reequilíbrio das contas públicas.

Publicidade

Diante dessa disparada, em dezembro, o BC fez diversos leilões de dólares. No total, foram US$ 21,5 bilhões em leilões à vista no mercado - a maior injeção de recursos em um único mês da história do regime flutuante de câmbio.

Agentes de câmbio precificam uma melhora das projeções macroeconômicas
Agentes de câmbio precificam uma melhora das projeções macroeconômicas
Foto: Epitacio Pessoa/Estadão / Estadão

Os dados de 2024, divulgados pelo BC nesta quinta-feira, são preliminares e incorporam o fluxo contabilizado entre 1º de janeiro e 27 de dezembro. Informações sobre o movimento de câmbio nos dias 30 e 31 serão publicadas na próxima quarta-feira, 8.

No acumulado do ano passado, o fluxo financeiro foi negativo em US$ 84,396 bilhões, resultado de US$ 589,989 bilhões em compras e US$ 674,385 bilhões em vendas. O segmento reúne os investimentos estrangeiros diretos e em carteira, remessas de lucro e pagamento de juros, entre outras operações.

O saldo do comércio exterior foi positivo em US$ 68,478 bilhões em 2024, com importações de US$ 229,978 bilhões e exportações de US$ 298,456 bilhões. Nas exportações, estão inclusos US$ 33,150 bilhões em adiantamento de contrato de câmbio (ACC), US$ 73,745 bilhões em pagamento antecipado (PA) e US$ 191,561 bilhões em outras entradas.

Publicidade

Reservas internacionais

As reservas internacionais do Brasil diminuíram 8,46% entre novembro e dezembro, a maior queda mensal na série histórica do Banco Central, iniciada em 2008. Em valores nominais, passaram de US$ 363,003 bilhões para US$ 332,306 bilhões, o menor nível desde fevereiro de 2023.

A redução nas reservas reflete a venda de US$ 21,575 bilhões pelo BC em leilões à vista em dezembro, enquanto a autarquia tentava fazer frente a uma grande saída de dólares do País. Essa injeção de recursos - a maior do câmbio flutuante - representou cerca de 6% das reservas do País em novembro.

Até agora, a maior redução mensal nas reservas, de 5,32%, havia acontecido em março de 2020, quando a pandemia de covid-19 começou a se disseminar pelo Brasil. Nesse mês, o BC havia liquidado US$ 12,054 bilhões em leilões à vista.

TAGS
Fique por dentro das principais notícias
Ativar notificações