O salário mínimo em 2024 pode passar de R$ 1.320 a R$ 1.441, um aumento de 9%, segundo cálculos feitos pela XP Investimentos usando a proposta de nova fórmula enviada pelo governo ao Congresso. O projeto de lei ainda precisa ser aprovado e só teria vigor a partir do ano que vem.
A proposta faz parte de uma campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por um reajuste salarial acima da inflação, ou seja, com ganho real para o trabalhador.
O novo cálculo de reajuste anual do salário mínimo proposto leva em consideração o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).
Caso seja aprovada, a fórmula valeria a partir de 2024. O novo cálculo seria, então, desta forma:
- INPC de 12 meses, encerrado em novembro do ano anterior ao reajuste + PIB consolidado do segundo ano anterior ao reajuste
A fórmula proposta no PL é a mesma usada para reajustar o piso salarial entre 2007 e 2019, mas que foi descontinuada na gestão de Jair Bolsonaro (PL).
Reajuste de 9%
A conta feita por economistas da XP Investimentos considera que o INPC de 2023 deve ficar em 6,1%, uma estimativa da própria XP. O PIB de 2022, que seria usado no cálculo para o reajuste do mínimo de 2024, cresceu 2,9%.
Desta forma, o cálculo seria:
- R$ 1.320 + 6,1% + 2,9% = R$ 1,441.
No entanto, vale lembrar que se a inflação deste ano for diferente do estimado pela instituição financeira, o valor do salário vai ser outro — maior ou menor.
Salário mínimo nos últimos anos
Veja abaixo quais eram os valores do salário mínimo nos últimos anos:
Ano | Salário mínimo |
2023 (a partir de maio) | R$ 1.320 |
2023 (até abril) | R$ 1.302 |
2022 | R$ 1.212 |
2021 | R$ 1.100 |
2020 | R$ 1.045 |
2019 | R$ 998 |
2018 | R$ 954 |
2017 | R$ 937 |
Gastos do governo também sobem
A Lei Orçamentária de 2024, enviada pelo governo ao Congresso, estipulou o salário mínimo do próximo ano em R$ 1.389, valor inferior à projeção com a nova fórmula de reajuste. Caso o piso fique em R$ 1.441, a XP estima que os gastos da União também subam em R$ 46,7 bilhões.
Isso porque o piso nacional determina não só o valor mínimo que as empresas podem pagar a seus funcionários, mas também rege o valor de benefícios sociais oferecidos pelo governo federal, como aposentadorias, pensões e auxílios.