A holandesa SBM Offshore está estudando a mais nova licitação lançada pela Petrobras para contratar a construção de até duas plataformas para o projeto Sergipe Águas Profundas (Seap) e buscará participar de forma competitiva, disse o presidente da companhia no Brasil, Jonas Lobo, à Reuters.
O novo processo competitivo, lançado pela Petrobras há cerca de 10 dias, ocorre após tentativas anteriores para contratar essas unidades não terem dado certo. A petroleira fez alterações em seu modelo de contratação para o relançamento.
Lobo pontuou que a SBM, empresa líder no mercado global de plataformas marítimas do tipo FPSO (de produção, armazenamento e transferência de petróleo), está agora estudando os termos e condições dos novos contratos ofertados, de forma a verificar as oportunidades.
"Temos um interesse enorme em aprofundar a análise para que a gente tenha condição de participar competitivamente", disse Lobo.
A modalidade de contratação será do tipo "Build, Operate and Transfer (BOT)", no qual a contratada é responsável pelo projeto, construção, montagem e operação do ativo por um período inicial definido em contrato. Posteriormente a operação será transferida para a estatal.
Lobo evitou fazer comentários sobre detalhes da nova concorrência neste momento, mas pontuou, no entanto, que a Petrobras incorporou nesse novo processo competitivo lições aprendidas e deverá ter sucesso no que diz respeito a condições e prazos que a petroleira espera receber do mercado.
"A gente trabalha com a perspectiva de que, sim, a Petrobras vai ser exitosa e vamos colaborar para que isso aconteça", frisou Lobo.
O projeto da Petrobras prevê que as duas plataformas terão capacidade de processar diariamente 120 mil barris de petróleo e até 12 milhões de metros cúbicos de gás.
Recentemente, a Petrobras adiou a entrada em operação das plataformas de Seap para a partir de 2030 em seu plano estratégico 2025-2029, publicado em novembro. No planejamento anterior, ambas estavam previstas para 2028.
AVANÇO DA SBM NO BRASIL
O Brasil atualmente conta com 7 das 16 plataformas que a SBM tem em operação no mundo, sendo que há mais duas para iniciar produção no pré-sal da Bacia de Santos, a serviço da Petrobras.
Até o fim do ano, a SBM prevê a entrada em operação do navio do tipo FPSO Almirante Tamandaré, no campo de Búzios. Depois, em 2025, será a vez do FPSO Alexandre de Gusmão, no campo de Mero.
O FPSO Almirante Tamandaré, que chegou ao Brasil em outubro, será a maior unidade em operação no Brasil, com potencial para produzir até 225 mil barris de óleo (bpd) e processar 12 milhões de metros cúbicos de gás por dia, ressaltou Lobo. "Para nós é um marco extremamente relevante."
Segundo ele, a SBM tem um total de 2 mil funcionários no Brasil, sendo 1.200 offshore, 600 na base do Rio de Janeiro e 200 na base de Santos.